Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Entrevista

Três meses de ACCS

Em entrevista, presidente da ACCS avalia de forma positiva os primeiros meses de sua gestão e destaca aumento do preço pago ao suinocultor.

Três meses de ACCS

Após três meses de gestão, Losivânio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) avalia de forma positiva este período. Ele destaca o aumento de preços do suíno pago ao produtor e afirma que o mercado interno tem feito a diferença para o setor, com um aumento forte de consumo de carne suína.

Os próximos projetos de Lorenzi incluem soluções sobre o ICMS e a habilitação de mais plantas capacidadas à exportação de carne suína, em especial para a Ucrânia. Leia abaixo a entrevista divulgada pela assessoria da ACCS.

Qual sua avaliação destes três primeiros meses à frente da ACCS como presidente?

Losivânio Luiz de Lorenzi – Uma avaliação muito positiva. A preocupação sempre é pelo preço pago ao produtor e a margem de lucro na propriedade, e isso têm aumentado consideravelmente. Nós tivemos um aumento real de 22,5% sobre o preço do suíno na integração, já no mercado independente foi de 28,88%, enquanto que o custo de produção foi de 7,5%, um aumento real de 15% e 21.38% respectivamente. Estive também visitando todas as regionais do Estado, levando as propostas para esta gestão que vai até maio de 2011 e obtive o apoio das nossas lideranças para executar tais ações.

Qual a situação atual da suinocultura de Santa Catarina?

Losivânio Luiz de Lorenzi – Muito promissora, a atividade por longos meses não era mais rentável e estava fazendo com que muitos suinocultores desistissem da atividade. Nota-se um novo ânimo no campo, produtores mais animados, mas conscientes, pois tem um passivo na atividade que mantendo esta margem de lucro de hoje, levará em torno de dois anos para trazer a propriedade ao mesmo patamar que estava antes da crise. A mudança de pensamento do produtor, de investir no momento em melhorias em instalações, modernizando as mesmas para ter maior produtividade e diminuição nos custos de produção, principalmente em mão de obra, vai fazer com que a atividade se mantenha por muito tempo, gerando lucro ao produtor. O aumento de plantel vai ficar para mais tarde, quando tiver uma reestruturação da propriedade. Considerando que os animais para abate em 2011 já estão no campo, o plantel de animais para o próximo ano não vai ser muito diferente deste. E ainda, uma melhora no consumo interno e a liberação americana ainda para este ano, teremos um 2011 muito promissor na atividade, fazendo com que o produtor acredite na atividade e possa estar investindo em aumento ordenado de plantel para o próximo ano.

E a situação no mercado interno?

Losivânio Luiz de Lorenzi – O mercado interno tem feito a diferença depois do segundo semestre, um aumento forte de consumo, tudo isso aliado há alguns fatores como: aumento forte nos preços das carnes, destacando a carne bovina, hoje a arroba do boi está ultrapassando os R$100,00. Campanhas de marketing, mostrando a qualidade da carne suína em relação às demais, e principalmente os novos cortes de carne suína apresentados em pequenas porções ao consumidor, levando em consideração a realidade das famílias que já não compram mais carne em quilos, mas sim em gramas. Portanto, as embalagens de pequenas porções têm feito o grande diferencial para o aumento de consumo.

E o mercado externo?

Losivânio Luiz de Lorenzi – O mercado externo, em relação ao ano passado tem diminuído em 17,05% em toneladas exportadas, mas com um ganho de 4,01%, em relação a valores. Acredito que SC no próximo ano volte a ser o maior estado exportador da federação e que a certificação recebida pela OIE em 2007 e a liberação americana, sejam o grande diferencial para entrarmos em mercados que há muito tempo sonhamos. E ainda, que todo o trabalho feito até aqui por produtores, indústrias e governo possam ser o grande diferencial para que esta terra, bela por natureza, se consagre de vez como um estado de excelência em qualidade de carne suína, gerando ainda mais, lucro para a nossa atividade, em especial para nossos produtores.

Quais as ações realizadas nestes primeiros meses de mandato?

Losivânio Luiz de Lorenzi – Destaco algumas ações, embora não deram ainda o resultado esperado por termos um ano atípico, com eleição para governo e presidente. Buscamos a certificação de mais três plantas frigoríficas do Estado para a exportação à Ucrânia, pois a uma demanda para aquele país e as grandes agroindústrias não conseguem atender de momento, mas isso está no Ministério e só poderá ser dado a sequência após as eleições. Outro projeto foi sobre o retorno do ICMS, para que o produtor possa ser creditado do mesmo nas compras de equipamentos para a atividade, que também o governo estadual não pode dar sequência por estar em processo de transição de governo. A inscrição da ACCS no projeto Petrobrás Ambiental, onde estamos buscando recursos para a implantação de leiras de compostagem para todas as regionais da ACCS no estado, implantando projetos pilotos. Outro projeto importante que também está ligado pela mesma situação é o de compostagem de dejetos de suínos, este bem mais abrangente, devido a sua importância ao meio ambiente, foi levado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MDIC, onde a intenção é fazer em todos os estados onde a suinocultura é expressiva. E o mais importante, a discussão no CNA sobre o projeto de lei que regulamenta os contratos de produção integrada de aves e suínos, o qual considero de maior importância, pois irá mudar o relacionamento entre indústrias e integrados.

E o quais os projetos a serem realizados nos próximos meses?

Losivânio Luiz de Lorenzi – Dar continuidade nos projetos já existentes, como estamos a dois meses do final do ano, agora as ações se voltam mais aos núcleos municipais em reuniões de avaliação do ano e as ações para 2011. É hora de projetarmos tudo o que queremos à nossa atividade para que no início do ano, com novos governantes, possamos levar a eles as reivindicações do setor e fazer com que a atividade seja vista de maneira diferente, principalmente em nosso estado pelo status diferenciado e por ser a primeira atividade do PIB catarinense, representando 21% do mesmo.