Redação (28/11/06) – Os vendedores de aves vivas serão obrigados a apresentar o certificado de origem do animal, emitido pelo Ministério da Agricultura. Para ter o certificado é preciso ter o laudo de um veterinário, o que deixa entendimentos de que os pequenos criadores terão dificuldade.
Fica proibido também comercializar galinhas vivas originárias das granjas, as aves para descarte. Elas só poderão ser vendidas para frigoríficos. As medidas fazem parte do pacote contra a gripe aviária e a new castle, pragas que atingem as aves e atrapalham a comercialização.
Minas é um dos Estados que aderiu ao programa de controle das doenças, coordenado pelo Ministério. Segundo o superintendente de Produção Animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Sérgio Luiz Lima Monteiro, as mudanças deveriam ser feitas em julho, mas os aviários alegaram prejuízos e dificuldades para adequação.
Fizemos muitas reuniões e, a partir de janeiro, não pode mais mesmo. O comerciante que for pego sem o documento de origem, por exemplo, terá a carga recolhida e destruída. É muito comum a venda das galinhas para descarte em caminhões pelo meio da rua.
Segundo informou Monteiro, esse tipo de comércio favorece a contaminação de outras aves. Minas é o quinto maior produtor de frango de corte e o segundo colocado no ranking dos produtores de ovos do Brasil.
Mercado
Ninguém arrisca dizer se as mudanças vão afetar o preço para o consumidor final. No Mercado Central, principal ponto de venda de galinhas vivas na capital, não são esperadas muitas mudanças.
De acordo com Wilma Cardoso, proprietária de uma das 14 lojas de venda de aves, todas as unidades de comercialização têm veterinário. A única mudança é que vamos ter que estar com o certificado informando de onde vem o animal, mas os vendedores são sempre os mesmos, diz.
A procura é grande. Wilma comercializa cerca de 50 galinhas caipira por semana a R$ 10 o quilo. Representantes do IMA foram ao local informar os vendedores sobre as mudanças.