Redação (07/04/06)- Ao detalhar hoje à tarde o conjunto de medidas anunciadas pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para minimizar os impactos da crise no setor agropecuário, o secretário de Política Agrícola Ivan Wedekin, explicou que os recursos para o apoio à comercialização serão liberados por meio de medida provisória a ser assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Do volume de R$ 1,238 bilhão, R$ 738 serão liberados ainda neste mês e os outros R$ 500 milhões em maio. Essas operações terão juros de 8,75% ao ano.
Esses recursos vão apoiar principalmente a comercialização de algodão, arroz, milho e trigo, por meio de instrumentos de crédito como contrato de opção privada (PROP) e Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), disse Wedekin. Com essa medida, explicou o secretário, o governo dará sustentação de preços à agricultura comercial e familiar.
O lançamento das medidas atende à uma determinação do presidente da Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é reduzir os impactos da crise enfrentada pelo agronegócio nas últimas duas safras em função de fatores que passam pela desvalorização cambial, perda de produção por problemas climáticos, elevação de custos e preços baixos.
Do volume a ser disponibilizado pelo governo federal para apoiar a comercialização, R$ 1 bilhão serão utilizados para sustentação de preços por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Os R$ 238 milhões serão liberados para o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Além disso, serão disponibilizados R$ 5,7 bilhões em crédito rural de comercialização para aplicação até 30 de junho de 2006. Estes recursos são das exigibilidades bancárias.
O ministro Roberto Rodrigues assinalou que as medidas anunciadas nesta quinta-feira atendem à questões conjunturais que estão afetando de forma dramática a renda no campo. Questões estruturais de longo prazo, como o seguro agrícola e aquelas relativas à área fiscal, terão outro tempo para anúncio, disse o ministro.