O último Censo Agropecuário do IBGE revelou um aumento significativo no número de propriedades rurais administradas por mulheres, crescendo 46% de 2006 a 2017, de 59,3 mil para 86,7 mil. Apesar desse avanço, a proporção de propriedades sob gestão feminina ainda é menor que a média nacional. Para mudar essa realidade, o Sistema Faemg Senar, a Comissão de Direito do Agronegócio de Minas e a OAB promoveram um encontro em Belo Horizonte, reunindo 200 lideranças femininas do agronegócio para discutir temas como liderança, representatividade e educação.
Raquel Menezes, professora da UFV e fundadora da startup WantU-Agro, destacou a importância de as mulheres reconhecerem e afirmarem seu papel na gestão das propriedades rurais. Ela enfatizou a necessidade de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal para se tornarem líderes, além de desenvolver inteligência emocional e gestão de recursos. Menezes também falou sobre a importância de ajudar outras pessoas a se desenvolverem, construindo uma liderança de impacto e melhorando a comunicação e a gestão de pessoas. Além disso, apontou a visão estratégica e a sustentabilidade como competências essenciais para líderes empresariais.
Thales Fernandes, secretário de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, ressaltou que as mulheres são mais criteriosas e organizadas na liderança de propriedades rurais e desempenham um papel crucial na sucessão familiar. Silvana Novais, gerente da Mulher, do Jovem e de Inovação do Sistema Faemg Senar, reforçou a necessidade de as mulheres conquistarem representatividade além das propriedades e anunciou o lançamento de um curso on-line de autogestão para lideranças femininas.
Cristiana Gutierrez, presidente da ABCCMM, destacou que, apesar do aumento da presença feminina em áreas técnicas e de pesquisa, a participação das mulheres em cargos de gestão ainda é limitada. Ela observou que apenas 19% dos associados da ABCCMM são mulheres.
Antônio de Salvo, presidente do Sistema Faemg Senar, afirmou que a entidade busca promover a participação feminina por meio de cursos e eventos. Ele enfatizou a necessidade de equilíbrio de gênero no agronegócio e mencionou que 10% dos sindicatos do Sistema Faemg Senar são dirigidos por mulheres, um número que está crescendo graças aos programas de capacitação oferecidos pela entidade.