Em franca expansão, a economia da região Nordeste do Brasil cresce acima da média nacional. De acordo com a consultoria pernambucana Datamétrica, o PIB regional deve crescer 7,7% em 2010, contra 7,1% esperados pelo mercado para o País. Parte deste crescimento pode ser creditado ao aumento de renda da população nordestina, que também favoreceu a avicultura e a suinocultura da região. Para o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o Nordeste é uma região com um excelente potencial a ser explorado. Segundo ele, além de ser a segunda região mais populosa do País, o NE destaca-se pelo desenvolvimento de pólos de grãos, a exemplo do oeste baiano, algo que contribuirá expressivamente para a implantação de novas indústrias. “No caso de frangos, Bahia e Pernambuco se destacam como grandes produtores [respectivamente 10° e 11° maiores produtores do País]. Também há pólos emergentes como o Sul do Maranhão, influenciados pelo corredor norte de exportação”, destaca Turra. “Em ovos, as granjas do Pernambuco e Ceará são lideres absolutas na produção da região, e figuram entre os 10 maiores produtores do País”.
Para o presidente da Ubabef, nos próximos anos, vencido problemas logísticos que agora começam a ser encarados na Região, a agroindústria avícola nordestina poderá se focar não apenas na autossustentação de sua produção, como também expandir seu leque de atividades dentro do segmento exportador.
Opinião Regional- Para o presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis, a avicultura constitui-se em atividade de importância econômica e social para o Estado do Ceará, sendo um dos grupos de maior participação no PIB agropecuário cearense. Com o aumento de renda da população, que gerou o crescimento da demanda por carne de frango, o crescimento do setor avícola do Ceará e em toda região deve ser ainda maior. “Nossa avicultura caracteriza-se pela fixação do homem no campo, pela produção de proteína animal [frango e ovos] de alto valor nutritivo e acessível à população e pela geração de emprego e renda”, pontua Reis. “Nosso principal alcance está na região metropolitana da capital [Fortaleza] devido o seu canal de comercialização que envolve micro, pequenos e médios abatedouros com perfil de atividade econômica familiar, alcançando uma rede de mais de 1.000 pontos de abate e venda”.
Marcelo Plácido Corrêa, presidente da Associação Baiana dos Avicultores (ABA), destaca que o crescimento da atividade avícola da região também está diretamente ligado ao aumento da produção de grãos, que reduz os custos para o avicultor, à tecnificação e profissionalização das empresas nordestinas e o aumento do consumo regional, como já citado, impulsionado pelo aumento da renda per capita.
Corrêa destaca, inclusive, que o crescimento está diretamente ligado ao fortalecimento das associações de classe estaduais junto aos órgãos governamentais dos Estados e do País, além da atuação das entidades nacionais, como a ABCS. “Não podemos discuidar do fortalecimento político de nossas instituições, que precisam estar ainda mais unidas”, explica o presidente da ABA. “Temos como objetivo contruir uma nova entidade nordestina, mais forte, que congregue toda a avicultura e suinocultura regional”.