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Problema conhecido, comportamento idêntico - por Wolmir de Souza

"Me sinto frustrado diante da realidade otimista e trágica de nossa atividade", diz Wolmir. Leia novo artigo.

Problema conhecido, comportamento idêntico - por Wolmir de Souza

Espaços noticiários como este, de longo alcance e acredito também serem espaços não apenas de lamentos e/ou expectativas, mas de opiniões e tomadas de decisões. Quero aqui agradecer, assim como já fiz muitas vezes, à Gessulli Agribusiness por me proporcionar este espaço e para os inúmeros amigos e leitores que acompanham e me parabenizam pelos artigos, igualmente meu agradecimento. Mas confesso que me sinto frustrado diante da realidade otimista e trágica de nossa atividade.

Quero fazer deste espaço uma breve provocação em torno de notícias contraditórias, onde evidenciam o descaso de nossos governantes com nosso setor, ou melhor, com o sustento da economia nacional e com o lamento sem ação. Com a morte silenciosa de quem, mesmo com as evidências deixadas aos olhos e ouvidos da sociedade, ainda acreditam em PAPAI NOEL e ainda não aprendera, que “as mesmas ações levam ao mesmo resultado”.
 

Acompanhamos por este e outros sites de notícias duas informações contraditórias que evidenciam o descaso e que nos sinalizam para ações próprias, emergenciais e sem esperanças neste País, cujo foco é direcionado ao consumo barato, alguém possa atender efetivamente quem trabalha e produz.

Reporto-me, ao mesmo tempo em que o Brasil comemora, mesmo que tímidamente, o PIB positivo sustentado pelo agronegócio brasileiro. Perdemos grande parte do principal mercado exportador de suínos – que é a Argentina – e o Ministro demora uma eternidade para buscar solução. A Rússia continua sendo fonte de inspiração de notícias diárias. E ainda existem expectativas ou esperanças em um mercado que tem o único objetivo de proporcionar a falsa expectativa e nos conduzir a esta realidade de falência que vivemos.

Ainda na ultima semana acompanhamos notícias reais informando que o suinocultor está perdendo R$ 0,50 centavos por quilo de suíno produzido – ou melhor R$ 50,00 por animal terminado – se falarmos em pagar estes mesmos R$ 0,50, mas por animal, e não por quilo, para fomentar o consumo de nossas pequenas indústrias, cujas marcas são desconhecidas, achamos que é demais.

Morremos diante de uma grande oportunidade e produzindo um bem precioso. Mas aos olhos e ouvidos da maioria dos consumidores brasileiros ainda somos vistos com desconfiança. A segurança alimentar é transmitida a partir de MARCA e MARKETING. Estamos em um País onde a clandestinidade ainda existe. O único meio de igualarmos as pequenas marcas, igualmente qualificadas, às grandes é um selo de qualidade ou identificação.

Enquanto não construirmos nossas próprias alternativas de renda e devemos olhar o consumidor interno como principal cliente. Isso se faz com qualificação, auditoria e certificação – com isso, nosso resultado já é será mais conhecido.

Por Wolmir de Souza, presidente do Instituto Nacional da Carne Suína (Incs)