Redação (16/02/2009)- Tida como diferenciada, tanto pela possibilidade de industrialização quanto pelo valor nutritivo, a carne suína ainda luta por maior aceitação. Enquanto em países europeus a preferência chega a 80%, no Brasil beira os 20%. Uma das vantagens é que cortes suínos podem ser menos calóricos do que de frango e gado. Aliado a isso está o preço, que ficou 35% mais baixo em relação ao início do ano.
A redução do preço tem motivação na antiga lei da oferta e procura. Com a redução das exportações, em função da crise mundial, cresceu a quantidade do produto no mercado doméstico, o que retraiu os preços. "É a falta de crédito mundial. Somos altamente dependentes da exportação e os exportadores começaram a ter dificuldade para vender por falta de pagamento. O principal comprador é a Rússia, mas ninguém entra mais em São Petersburgo nesta época do ano – o mar está congelado", explicou o diretor do Sindicato Rural de Guarapuava e secretário da comissão técnica de suinocultura junto à Faep (Federação de Agricultura do Paraná), Wienfried Mathias Leh.
Se por um lado o produtor está "pagando para produzir", conforme sublinhou Leh, o consumidor tem a oportunidade de comprar uma carne mais barata. A queda, desde o início do ano, chega a 35%. Em um açougue, a paleta, cuja procura é baixa, teve preço reduzido em R$ 0,90, com o quilo abaixo dos R$ 5,00. "Pela experiência acredito que deva cair ainda mais", analisou Valdecir Paganini, que trabalha em um açougue com o irmão há 15 anos. O preço do quilo da costela e do pernil também caiu cerca de R$ 0,50 nas últimas duas semanas.
É a principal motivação que leva o consumidor da região a deixar carnes como gado e frango de lado para comprar a suína. "Tem correlação direta: se os preços da carne bovina e frango estiverem em um patamar que justifique, o pessoal compra a carne suína", explicou Leh, segundo o qual vários fatores interferem na preferência nacional pela carne vermelha e frango.
Suinocultores querem aumentar fatia no mercado de carnes
Enquanto em países europeus a preferência chega a 80%, no Brasil beira os 20%.