Redação (03/04/2009) – A taxa de desemprego dos Estados Unidos subiu para 8,5 por cento em março, maior nível em 25 anos, enquanto os empregadores cortaram 663 mil postos de trabalho e reduziram as horas de trabalho para mínima recorde, mostraram dados do governo nesta sexta-feira.
O Departamento de Trabalho também revisou os dados de janeiro para um corte de 741 mil postos, maior queda desde outubro de 1949. O declínio dos empregos em fevereiro não foi revisado, mantendo-se em 651 mil.
O relatório, divulgado após alguns dados que surpreenderam positivamente, não foi suficiente para modificar as percepções de que o momento de declínio econômico está desacelerando.
Isso porque o desemprego é um indicador que demora para refletir as condições econômicas vigentes, segundo economistas.
"O relatório não contradisse a noção de que a retração econômica está chegando ao limite. Os números de emprego não vão se recuperar de uma hora para outra e certamente não há sinal de fortalecimento, mas pelo menos eles não estão ficando pior e pior e pior", disse Pierre Ellis, economista sênior da Decision Economics em Nova York.
Analistas previam a perda de 650 mil empregos em março. Eles estimavam que a taxa de desemprego subisse para 8,5 por cento, ante 8,1 por cento no mês anterior.
Desde o início da recessão, em dezembro de 2007, a economia já perdeu 5,1 milhões de empregos, sendo cerca de dois terços nos últimos cinco meses, informou o departamento.
Christina Romer, chefe do grupo de conselheiros econômicos da Casa Branca, classificou os dados como "inquestionavelmente horríveis". Ela disse à Reuters TV que a economia deve crescer até o fim do ano, mas que o aumento dos empregos deve demorar.
"Com pesar, digo a vocês que terão que ser um pouco pacientes, porque esta é a nossa situação presente", disse. "Estamos tomando todas as ações que podemos para assegurar que não tenhamos números como esses nos próximos meses."
Os cortes de emprego em março foram amplos, com apenas as áreas de educação e saúde tendo aumento de vagas.
O setor manufatureiro cortou 161 mil postos em março, após queda de 169 mil empregos no mês anterior. O setor de construção perdeu 126 mil postos de trabalho após redução de 107 mil em fevereiro. O setor de serviços cortou 358 mil postos, após baixa de 366 mil em fevereiro.
O aumento do desemprego está reduzindo a renda das famílias, que já foram prejudicadas pelo colapso dos preços de ações.
Outro relatório mostrou que a atividade no setor de serviços, que representa cerca de 80 por cento da atividade econômica dos Estados Unidos, retraiu-se pelo sexto mês consecutivo em março.
O índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) caiu para 40,8 em março, ante 41,6 em fevereiro, indicando aprofundamento da contração.