Redação (27/10/06) – Seminário reuniu em Campinas executivos da cadeia produtiva das carnes bovina, suína e de aves, representantes de entidades, formadores de opinião e acadêmicos.
Executivos da cadeia produtiva das carnes bovina, suína e de aves, representantes de entidades, formadores de opinião e acadêmico participaram na última sexta-feira, dia 20 de outubro do 2 Seminário de Proteínas Criando Marcas Um passo à frente, promovido pela Elanco Saúde Animal, em Campinas. O evento deu continuidade à proposta de fortalecer a marca da proteína brasileira no mercado mundial iniciada com o primeiro seminário em 2004.
Nesse segundo seminário, especialistas internacionais em mercado global fizeram apresentações acenando um futuro promissor para a demanda mundial de produtos à base de proteína animal e a importância de questões como segurança alimentar, rastreabilidade e fortalecimento de marcas para conquistar esse mercado.
O consultor inglês em nutrição animal e segurança alimentar, Jon Ratcliff apresentou um panorama sobre o acesso ao mercado internacional de proteínas e os fatores que podem impactar na segurança dos canais e garantir o acesso ao mercado.
“A demanda global de proteína vai aumentar. O maior crescimento será no consumo de carne de aves, mas haverá um aumento significativo para carnes bovina e suína. As perspectivas são positivas, porém o maior crescimento se dará entre consumidores de países de terceiro mundo, como Índia e países da Ásia, que são mercados de baixa renda. Com a perspectiva de aumento de renda, essa população que possui uma alimentação principalmente vegetariana e não muito nutritiva, a tendência é que passe a consumir mais proteína”, projeta Ratcliff.
Para garantir, porém, o acesso a esses novos mercados e conquistar um espaço nos mercados de produtos com maior valor agregado, o consultor defende a importância de seguir exigências regulatórias e o fortalecimento e proteção de marcas por meio de segurança alimentar e rastreabilidade. E garante: “O Brasil é quem vai determinar o que vai ser feito no mercado: se criação de suínos será extensiva, se a queda de ovos produzidos em gaiolas, se o boi será de capim. Por isso, é importante o Brasil superar desafios de ordem sanitária, evitar resíduos, trabalhar as questões ambientais como o problema da devastação da Amazônia e garantir o bem-estar animal”, afirma o especialista.
Para auxiliar no processo de criação e fortalecimento da marca da carne brasileira, o gerente de marketing da América Latina da Intel, David Gonzalez apresentou o case da empresa que conseguiu diferenciar a marca Intel de processadores em um ambiente de alta competitividade. Gonzalez defende a necessidade de se realmente investir em marketing e trabalhar no conceito de marca para que se venda um nome, uma identidade, uma promessa de valor e não somente volume de produtos.
O professor de Gerência Internacional, Gerência Estratégica IT e Estratégia Corporativa da Universidade da Carolina do Norte (EUA), Peter J. Brews, especialista em competitividade global alertou a cadeia produtiva da carne brasileira sobre como garantir o sucesso e a perenidade da proteína do Brasil no mercado mundial. “Se o Brasil quiser ser líder mundial na produção de proteínas, não pode querer ter somente o custo mais baixo e conseqüentemente oferecer o menor preço ao mercado. Precisa ter a capacidade de agregar valor e construir a sua marca. É isso que vai garantir a competitividade no mercado global”, afirma Brews.
Segundo ele, é preciso moderar o grau de subsídios interno para que o crescimento tenha sustentabilidade e é necessário encontrar formas de contornar os subsídios externos. “É preciso inovar sempre para garantir a competitividade. O Brasil pode deixar de ser um fornecedor de commodities para oferecer soluções integradas ao mercado. Para isso, é preciso estar preparado para atender regulamentações de todo o mundo e fortalecer a marca do seu produto”, diz Peter Brews.
O diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento Global e de Operações dos EUA para Elanco, Jeff Simmons defendeu que quem investir para fortalecer sua marca terá um futuro promissor. “As marcas precisam se diferenciar por suas características positivas e conquistar a confiança do consumidor. Para isso, é preciso inovar constantemente e ter sempre uma base científica”, afirma Simmons. Ele vê o Brasil como o potencial líder mundial de fornecimento de proteína por apresentar vantagens de custos de produção, ter condições de desenvolver os biocombustíveis e pela capacidade de exportação. Para otimizar essas características, segundo ele, é necessário investir na imagem da carne brasileira.
US$ 3 milhões investidos em fábrica modelo
Ao final do 2 Seminário de Proteínas Criando Marcas, a Elanco do Brasil, Elanco do Brasil, divisão de saúde animal do laboratório Eli Lilly and Company, inaugurou sua nova fábrica modelo, localizada em Cosmópolis, a 30 km de Campinas.
“Essa nova fábrica faz parte do nosso compromisso assumido no primeiro seminário em 2004 no sentido de aprimorar cada vez mais nossas práticas industriais e oferecer ao mercado produtos com qualidade máxima e fazendo uso de tecnologia de ponta”, afirma o diretor industrial da Elanco, Jacó Tormes.
A Elanco investiu cerca de US$ 3 milhões em novas tecnologias na área de produção, entre elas um misturador de última geração – Rollo Mixer -, o único na América Latina. Projetado dentro da mais alta tecnologia, o Rollo Mixer foi desenvolvido para gerar um alto grau de homogeneidade do produto final, mesmo operando com sua carga máxima (10 mil kg) e em poucos minutos. Um dos principais benefícios do investimento realizado é a garantia de nenhuma interferência humana no envase dos sacos, reduzindo o risco de contaminação das moléculas e maior segurança para quem manipula.
“O produtor de alimentos e os animais com os quais eles se preocupam necessitam de produtos confiáveis que se diferenciam pela excelência em sanidade animal, otimizando a performance e custo de produção, de forma a contribuir com a proteção de sua marca e mercado. É por isso que um em cada quatro funcionários da Elanco trabalha no controle e garantia da qualidade, assegurando a pureza, qualidade e segurança, operando independente do processo de manufatura de cada produto em todas as fábricas do mundo”, destaca Tormes.
“Estamos discutindo como agregar valor à marca da proteína brasileira e nesse processo cada um precisa fazer a sua parte. A Elanco trabalha para oferecer ao mercado uma família completa de produtos terapêuticos e aditivos alimentares para favorecer a produção da proteína nacional, obedecendo aos mais rigorosos processos de controle das principais agências reguladoras. Na verdade, aplicamos os procedimentos de controles da saúde humana do laboratório Eli Lilly and Company como padrões para nossa manufatura de produtos de saúde animal, utilizados sob o contexto de Uso Prudente de Antibióticos (terapias de precisão), mantendo animais saudáveis e com alto desempenho (ganhando peso, produzindo mais leite e ovos) de maneira eficiente e segura”, enfatiza Jacó Tormes.
Atuando no mercado veterinário brasileiro há mais de 40 anos, a Elanco do Brasil desenvolve “ciência em saúde animal”, com produtos direcionados à cadeia de produção de proteína de origem animal (aves, suínos e bovinos), proporcionando condições de produção de alimento seguro e de qualidade, dentro da rígida legislação das principais agências reguladoras do mundo, tais como FDA e EPA (EUA), EMEA (União Européia), OSHA (Japão) e o MAPA – Ministério da Agricultura no Brasil.