Apesar de terem menos papilas gustativas comparadas a outros animais — 316 em galinhas, em contraste com 20.000 em porcos e vacas — as galinhas possuem um paladar sensível e podem aceitar ou rejeitar certos ingredientes, como farinha de sangue, solúveis de peixe e subprodutos da fermentação, além de grãos moídos e empoeirados, como trigo e sorgo. Ingredientes naturais não palatáveis, como cevada, centeio e trigo sarraceno, são frequentemente evitados em favor de milho amarelo, que é mais aceitável.
Mesmo rações naturais conhecidas por sua alta palatabilidade podem se deteriorar, afetando negativamente o sabor devido à rancidez da gordura, moldagem do açúcar e putrefação da proteína, especialmente quando armazenadas por longos períodos. Essa deterioração pode resultar em sabores e odores indesejáveis que afetam a aceitação pela ave e prejudicam o desempenho da ração.
Problemas de sabor também podem surgir em rações recém-produzidas. A uniformidade na palatabilidade entre lotes de ração é difícil de alcançar sem aditivos aromatizantes, devido à variabilidade dos subprodutos, condições de cultivo e processos de fabricação. Aditivos podem alterar o sabor e a aceitação da ração, especialmente se as gorduras forem de origem animal com impurezas ou se as vitaminas e minerais forem adicionados em pré-misturas com sabores desagradáveis.
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Os aromatizantes podem ser naturais, como alho, anis e cominho preto, ou artificiais, como extratos de frutas e produtos químicos, como vanilina e glutamato de sódio. Normalmente, esses agentes são adicionados à ração em níveis de 0,5-1,5%, podendo ser ajustados conforme o tipo de ingrediente, tempo de armazenamento da ração, qualidade da água e surtos de doenças.
Aromatizantes também afetam o trato gastrointestinal das aves. Produtos que contêm adoçantes, como Pollstress e Metostim, reduzem a inflamação das células intestinais e oferecem propriedades antioxidantes. Aromas como alho em pó podem estimular a população de células intestinais e aumentar as vilosidades intestinais, melhorando a absorção e a digestão dos nutrientes, resultando em melhor taxa de crescimento e retenção de proteína.
O cominho preto tem mostrado alívio do estresse térmico, melhora da imunidade e aumento da fertilidade dos frangos machos. Estudos indicam que a adição de cominho preto a 10 g/kg pode melhorar a eficiência alimentar e a taxa de crescimento. Aromas como alho em pó também têm demonstrado aumento na produção de ovos e melhorado a qualidade da carne, reduzindo o colesterol e eliminando odores indesejáveis.
A qualidade da carne também pode ser beneficiada por sabores de ração. A adição de alho em pó, por exemplo, aumentou a atividade das enzimas que convertem colesterol em ácidos biliares, reduzindo a quantidade de colesterol depositado na carcaça. O cominho preto foi eficaz no controle da infecção da carcaça por bactérias e no aumento das capacidades antioxidantes.
A alimentação com temperos, como cravo, gengibre e pimentão, pode estimular o apetite e melhorar a qualidade da carne. Estudos mostram que essas especiarias não só aumentam o sabor da carne, mas também prolongam sua vida útil devido a seus efeitos antissépticos e preventivos.
Em relação à água, aves são mais sensíveis aos sabores na água do que na ração. Preferem água ligeiramente ácida ou com adição de tiamina e açúcares, e rejeitam sabores como xilose e sacarina. Alguns sabores, como morango e mel, são bem aceitos, enquanto outros podem exigir experimentação para garantir que não afetem o consumo de água ou a produção.
