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Cargill aposta no mercado de rações

<p>Empresa que vende produtos com a marca Purina quer dobrar suas vendas até 2010.</p>

Redação (25/08/06)- A Cargill Nutrição Animal, empresa que comercializa produtos com a marca Purina e ocupa o terceiro lugar no ranking desse setor, pretende dobrar o faturamento anual, hoje de R$ 250 milhões, até 2010. A estratégia para ampliar a participação no mercado, que deverá crescer 15% nesse período, passa por investimentos e até por aquisições de companhias concorrentes, mas especialmente pela prestação de serviços, por meio do atendimento personalizado do cliente. O gerente geral da empresa, Vilson Antonio Simon, explica que a estratégia é manter o que chama de gerentes de território próximos de cada cliente, seja ele grande ou pequeno.

A empresa também aposta nos valores definidos pelo mercado no que diz respeito à segurança alimentar. Para Simon, será por esse caminho que o Brasil deverá se destacar no comércio internacional de carnes e será dessa forma que a Cargill Nutrição Animal espera se destacar no mercado. É com esse objetivo que a empresa obteve a certificação de todos os produtos e todos os processos adotados em suas fábricas.

As atividades dessas propriedades são avaliadas para a apresentação de diagnósticos que incluem a formulação de rações adequadas para cada criação. Para isso, boa parte dos investimentos da empresa serão voltados à adequação dos equipamentos para permitir flexibilidade à produção. Dessa forma, segundo Simon, será possível produzir ração de acordo com as necessidades de cada produtor.

A Cargill Nutrição Animal, que mantém quatro fábricas localizadas em regiões que permitem atender a todo o País, investiu neste ano US$ 5 milhões apenas para ampliar a capacidade e a flexibilidade de sua unidade de São Lourenço da Mata, em Pernambuco. A empresa está empenhada em consolidar a sua liderança em aquacultura, setor que, segundo acredita, terá expressivo crescimento nos próximos anos.

O executivo acredita que os criadores de todas as áreas deverão retomar as boas práticas de nutrição. Gripe aviária e febre aftosa afetaram fortemente esse mercado, mas a crise já está sendo contornada. Até junho, as vendas de rações caíram 3,5%, mas, para ele, até o fim do ano, a comercialização de produtos para alimentação deverá crescer 1,5%. Para Simon, o humor no setor de carnes está mudando. É pela disposição dos criadores em participar de eventos destinados à troca e à divulgação de informações científicas, que se mede isso. A Cargill vai promover um evento no Recife nos próximos dias e, segundo o executivo, obteve na primeira hora 350 inscrições. “Quando há desalento, o produtor não dá atenção à tecnologia. Fica mais preocupado em resolver questões do dia-a-dia”, afirmou.

Nesse período de crise, a inadimplência no setor de criação cresceu 15%, informa. Produtores de aves e suínos foram os que mais se endividaram nos últimos meses. Simon diz que não houve quase inadimplência entre os pecuaristas. Segundo informa, essa é uma característica do setor. “Quando deve, o pecuarista vende seu gado e pagas as contas”. Para ele, esse é um aspecto cultural que explica o significativo abate de fêmeas ocorridas nos últimos meses. Essa situação começa a se inverter nos próximos anos, o que deverá ajudar a sustentar preços do boi, levando a um novo ciclo de crescimento.