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Cresce custo da ração com demanda maior

<p>Além da perspectiva altista da soja e do milho, outro fator que vai inflacionar a alimentação animal são os suplementos minerais.</p>

Redação (17/12/2007)- Se 2007 foi o ano da alta dos fertilizantes para a agricultura, em 2008, será a vez dos insumos para pecuária. Além da perspectiva altista da soja e do milho, que deve causar novas altas nos preços das rações – que foi de 17% este ano – outro fator vai inflacionar a alimentação animal em 2008: os suplementos minerais. Em produtos como ração, eles chegam a compor 5% do custo, mas em outros, como sal mineral, esse percentual pode atingir 60%.

Levantamento da Associação Nacional das Indústrias de Fosfato na Alimentação Animal (Andifós) indica que o fosfato de cálcio, uma das principais matérias-primas do setor e que já aumentou em torno de 12% este ano, vai dobrar de preço em 2008. Paulo Roberto de Carvalho e Silva, presidente da Andifós, explica que esse insumo compõe 60% do custo do sal mineral, que alimenta o sal à pasto.

A alta do fosfato de cálcio para alimentação animal se deve ao fato de essa matéria-prima ter a mesma origem (ácido fosfórico) das usadas para produção de fertilizantes, cuja demanda aumentou muito mundialmente, afetando a oferta e os preços desse item.

"Estamos disputando com o mundo essas matérias-primas. Entre 2006 e este ano, as importações desses ingredientes aumentaram 31%, de US$ 570 milhões para US$ 700 milhões", diz Mário Sérgio Cutait, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

Ele diz não ser possível neste momento estimar em quanto será reajustado o preço da ração animal em 2008. Cutait afirma que o setor em 2007 absorveu grande parte da alta do milho e da soja, que juntos, representam 90% do custo da ração. "Mas, se tivermos, por exemplo, uma quebra de SAFRA de milho, certamente os preços vão explodir, e o aumento das rações podem superar 17%", diz Cutait.

Desempenho
Mais que com preços, executivos do setor afirmam estar preocupados neste momento em garantir matéria-prima, cuja escassez atinge suplementos e grãos. O impedimento de importar milho deve trazer problemas ao setor, segundo Cutait. "Vamos em 2008, reunir toda a cadeia para saber a exata demanda por insumos, a fim de nos precaver de mais escassez", completa.

Isso porque a demanda está muito acelerada, devido à recuperação das vendas externas de carne e do preço da arroba do boi. Em 2007, o setor de alimentação animal movimentou 53,5 milhões de toneladas, 10,7% a mais que em 2006. Para 2008, a perspectiva é crescer mais 10%, mais uma vez puxados por aves e suínos, que respondem por 80% do total comercializado. "No ritmo em que estamos, atingiremos 70 milhões de toneladas em 2010", calcula Cutait. Em 2007 o setor faturou US$ 10 bilhões, o equivalente a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

No ramo de fosfatados para alimentação animal o desempenho foi 8% maior, atingindo 920 mil toneladas. A projeção é de expandir mais 5% em 2008, segundo Carvalho e Silva, presidente da Andifós.