Desafios para a alimentação animal em meio a crise energética mundial serão debatidos em SC

Redação (24/07/2008)- Os novos desafios para a alimentação de suínos frente a crise energética mundial vão ser debatidos no primeiro Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, que vai reunir o setor produtivo em Chapecó-SC, de 13 a 15 de agosto. Uma das maiores preocupações do setor é a alta no custo de produção provocada pelo aumento  no preço das commodities agrícolas, impulsionada pela demanda por  biocombustíveis. Aliada ao aumento do consumo mundial a recente quebra na safra norte americana pode agravar o problema.
O primeiro simpósio técnico de suinocultura realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários, com o apoio da Abraves – Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos- Regional de Santa Catarina, Prefeitura Municipal de Chapecó e Embrapa Suínos e Aves, vai debater o futuro da produção  de suínos com a presença de pesquisadores, esmpresários, veterinários, zootecnistas, gerentes de fomento de agroindústrias e cooperativas,estudantes e produtores.
O especialista convidado para abordar os desafios da alimentação animal em meio a crise energética mundial, Dr. Antônio Mario Penz Junior, questiona “Grãos são matérias primas energéticas ou alimentares?”. Segundo o professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a tendência mundial de buscar alternativas aos combustíveis fósseis e reduzir  a emissão de gases poluentes impactou diretamente no custo do principal cereal da nutrição animal, o milho.
De acordo Mario Penz a disponibilidade e o preço dos grãos fará com que novos paradigmas se estabeleçam e antecipa que os atuais usos possivelmente não serão suficientes e economicamente adequados “Agora não são somente os animais que competem com os homens pelos grãos como alimentos. A sociedade, para manter suas condições de vida e de desenvolvimento, necessita desta energia, aumentando o seu preço e comprometendo o seu fornecimento como alimentos para certas populações”, afirma o professor.
Segundo Penz, a relação entre o abastecimento e o consumo é complexa, principalmente em países distantes das fontes de produção, onde pode acontecer a falta de abastecimento do produto. “Países como China, Brasil e México tiveram seus estoques de milho reduzidos nestes últimos anos. Como a China e o Brasil não produzem etanol a partir do milho, as reduções de estoque podem ser explicadas pelo aumento do consumo humano, como na China, e pelo aumento do consumo pelos animais e pelas exportações, como o Brasil, tendo em vista que estes dois países não tiveram perda de produção nos últimos anos. Ao contrário, suas produções aumentaram", esclarece o especialista.