Redação AI 16/04/2002 – O professor Horácio Santiago Rostagno integra o departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Especialista em nutrição animal, ele vem desenvolvendo pesquisas com dietas vegetais destinadas a frangos de corte. Acompanhe entrevista feita durante o III Simpósio Brasil Sul de Avicultura, realizado em Chapecó (SC).
O uso de dietas vegetais se tornará mais comum nos próximos anos?
A dieta vegetal para o mercado externo será praticamente uma constante, porque implica em melhor qualidade do produto e uma aceitação melhor da carne de frango brasileira. No mercado interno deveríamos continuar utilizando dietas de origem animal de boa qualidade. Mas devido a segmentação de mercado, vai existir uma parte da população que irá querer consumir frango alimentado com dietas vegetais.
O custo de produção aumenta muito com este tipo de dieta?
O consumidor brasileiro estaria disposto a pagar este custo a mais?
Tenho certeza que determinado grupo da população pagaria mais para consumir um frango alimentado com dietas vegetais. Mas isto implica numa segmentação do mercado, assim como aconteceu com a carne. Há cinco, seis anos só se tinha frango congelado e partes. Hoje há uma grande variedade e um aumento significativo de comida pronta a base de frangos. É a mesma coisa.
O frango tem uma melhor performance produtiva?
A produtividade do frango alimentado com dietas vegetais é a mesma do frango alimentado com dietas de origem animal. Só que as dietas são diferentes e o frango bebe mais água (dieta vegetal) e pode implicar em maior umidade da cama. Isso pode aumentar a incidência, se não controlada na formulação, de parasitas e doenças.
Então qual a principal vantagem? Um risco menor de contaminação?
Tudo começou com o problema da vaca louca (na Europa). Aí começou todo o problema e entrou o famoso risco zero. Na dúvida eu não uso esse produto. A mesma coisa com antibiótico. Na dúvida, não podemos usar.