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Efeitos da dieta no crescimento de suínos

<p>Na atual criação de suínos para abate, poucos produtores ou nutricionistas considerariam alimentar suínos sem dar grande atenção a energia e aminoácidos contidos na dieta, assim como ótima composição de vitaminas e minerais suplementados.</p>

Redação (28/03/07) – Mesmo assim vários fatores podem influenciar o desempenho animal e a rentabilidade do agro-negócio.

Dentre estas podemos citar genética, sanidade, nutrição em geral e nutrição em especifico. Com este termo queremos dizer que a nutrição tem grande influência no desempenho no sentido de prover os nutrientes necessários (proteínas – aminoácidos, minerais, vitaminas, gorduras, etc) para o crescimento dos animais e manutenção de suas funções fisiológicas, tais como, imunidade, reprodução e crescimento sem danos ao desempenho zootécnico dos animais. Além de fornecimento de nutrientes na dieta, devemos levar em consideração a forma que estes nutrientes serão fornecidos aos animais.

Se utilizarmos co-produtos do processamento de grãos, co-produtos da industria de carnes, etc. devemos primar pela qualidade dos mesmos, em especial nas fases de creche, e de gestação e lactação, evitando assim sub-desempenhos que na maioria das vezes são difíceis de serem medidos, mas causam perdas econômicas ao produtor pelos animais não produzirem tanto quanto poderiam. Os efeitos de fatores anti-nutricionais ou tóxicos (micotoxinas, inibidores de protease, lectinas, taninos, fatores antigênicos) presentes ou contaminantes de matérias-primas podem por a perder todo trabalho de aquisição de genética avançada, nutrição balanceada, manejo adequado, cuidados com sanidade.
 

Alguns exemplos que podemos utilizar para demonstrar o efeito da composição e qualidade da dieta no desempenho animal provêm de testes feitos com diferentes granulometrias em rações para suínos em crescimento/terminação. Testando tamanhos de partículas do farelo de soja em rações de 0,9; 0,6; 0,3 e 0,15 mm com suínos a partir de 60 dias, os pesquisadores (Fastinger e Mahan) observaram que quando o tamanho das partículas diminuía, a digestibilidade dos aminoácidos contidos nas proteínas melhorava, mas que o tamanho das partículas não tinha efeito sobre a digestibilidade da energia da dieta.

Outros pesquisadores (Wondra e associados; Eisemann e Argenzio) testaram o tamanho das partículas do milho em dietas de suínos em terminação e observaram que quando a moagem do milho era mais fina (de 1 para 0,4 mm) ocorria uma melhoria da conversão alimentar e da digestibilidade da energia da dieta. Este aumento de digestibilidade da dieta provocou uma redução de produção de resíduos (fezes e urina). Além da moagem, também a mistura das dietas é de suma importância para assegurar o desempenho animal, pois se as mesmas não estiverem adequadamente mescladas, os nutrientes não serão ingeridos de forma balanceada pelos animais, podendo provocar até eventuais carências em determinadas fases criatórias onde alguns nutrientes têm maior importância no desenvolvimento dos suínos.

Boas práticas na fabricação das rações não são geralmente enfatizadas como aliadas de um desempenho animal acima da média. Existe informação científica disponível provando o contrario, que o desempenho dos suínos pode ser melhorado com o uso de tecnologias de fabricação como moagem e mistura. Dentro das pesquisas avaliadas considera-se que para cada 0,1 mm a menos de granulometria no milho acontece uma melhora de 1,3% de eficiência alimentar. Maximizar a utilização dos nutrientes da dieta em suínos é uma área que ainda deve ter muita atenção devido ao custo que a nutrição representa no sistema de produção. 

 
Por Ana Lucia Pozzobon de Souza, Méd. Vet., Ph.D. (Nutrição Animal) e Lawrence Luvisa, Zoot., M.Sc. (Nutrição Animal).