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Ervilha substitui milho e soja na ração

Leguminosa está sendo indicada pela Embrapa na Região Sul, para alimentar suínos.

Redação SI 11/06/2003 – A Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), e a Embrapa Trigo, de Passo Fundo (RS), estão incentivando o uso de ervilha forrageira na alimentação de suínos, in natura ou na ração, substituindo parte do farelo de soja e de milho. Conforme explica o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Gilberto Lima, além de ter um alto valor energético, comparado ao do milho, a ervilha tem 22% de proteína, ante 8% de proteína do milho. E mais: não precisa receber tratamento antitérmico para desativar os fatores antinutricionais, que reduzem a digestibilidade, como ocorre com a soja. Depois de colhida, seca e moída, a ervilha entra na ração suína, substituindo 10% a 15% do farelo de soja ou o milho.

Quando cultivada no outono/inverno, a ervilha forrageira é colhida entre outubro e dezembro, proporcionando boa palhada para receber o milho. “É uma opção de cultivo de inverno em regiões que não têm condições de plantio da safrinha, como o Sul do País”, diz Lima.

Sete cultivares – Segundo informa o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Omar Tomm, que desenvolve pesquisas com a ervilha, os experimentos fazem parte do Projeto de Viabilização de Culturas Alternativas para uso na Agricultura Familiar, desenvolvido pela Embrapa Trigo. Estão sendo pesquisadas sete cultivares de ervilha, com destaque para a alfetta. “É a única no País que possui tegumento amarelo, apropriada para o uso animal”, diz. As demais variedades, de tegumento verde, são ideais para uso na alimentação humana e possuem sementes pequenas.

Nas condições do Sul do País, em altitudes superiores a 650 metros, recomenda-se a semeadura dia 15 de maio. Em altitudes inferiores a 650 metros, onde não ocorrem geadas, o plantio pode ser feito a partir de 15 de julho. Na semeadura, Tomm recomenda a aplicação de 20 quilos de nitrogênio por hectare. São necessários de 180 a 200 quilos de sementes por hectare, no caso da alfetta, e de 100 a 120 quilos de sementes por hectare, no caso das sementes de variedade comum. “Devem-se usar, no máximo, 50 plantas por metro quadrado, para reduzir custos.”

Fungos nocivos – “É preciso, porém, ficar atento às doenças”, alerta Tomm.

O maior problema da planta é o complexo ascoquita, causado por três fungos. Ele sugere o uso de sementes livres dessa doença e indica a aplicação de fungicidas no início do aparecimento de manchas pretas nas folhas, que coincide com o começo da floração, repetindo a aplicação 20 dias após a primeira.

Nos plantios realizados em julho, a colheita ocorre entre 15 de novembro e 15 de dezembro. O rendimento alcança 2 mil a 2.500 quilos por hectare, havendo casos de lavouras com rendimento de 4.500 quilos por hectare. O preço do quilo da semente custa R$ 2,00.