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Índices produtivos podem ser melhores

Pesquisa premiada ensina como evitar desperdício na alimentação de aves.

Redação AI 17/05/2004 – 04h00 – Um estudo realizado pelo zootecnista e pesquisador Rafael Neme ensina ao produtor avícola como melhorar o desempenho da criação, evitando o desperdício de alimento, responsável por cerca de 70% dos custos produtivos. O estudo “Modelos para determinação das exigências energéticas de frangas de reposição” foi premiado com o Lamas 2004 prêmio José Maria Lamas da Silva, que envolve importantes órgãos de pesquisa em avicultura no Brasil, como a Embrapa e as universidades estaduais e federais. Neste ano, o prêmio bateu recorde de inscritos, com 211 trabalhos nas áreas de nutrição, sanidade, manejo, entre outras. O prêmio é concedido pela Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta).

O Brasil é o segundo maior criador de aves do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Trata-se de um grande mercado, que tem muito a se beneficiar com novas pesquisas direcionadas ao segmento.

A produção brasileira de ovos em 2003 foi de 15,2 bilhões de unidades, segundo estimativas do setor. São Paulo é o maior estado produtor, com destaque para a região de Bastos. No Brasil, o consumo per capita/habitante/ano foi de 92 ovos em 2003.

Rafael Neme, que mora em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, é doutor em Nutrição de Monogástrico pela UNESP Universidade Estadual Paulista. Atualmente, trabalha para a indústria Ouro Fino de medicamentos para saúde animal, empresa 100% brasileira que exporta produtos para 24 países. Ele explica que estudos relacionados à nutrição animal têm obtido cada vez mais atenção de pesquisadores e criadores, pois os resultados possibilitam otimizar os índices zootécnicos das criações, melhorando o rendimento do produtor e o segmento de avicultura no País.

O estudo desenvolvido por Neme avaliou as linhagens comerciais de aves de postura (que botam ovos) no mercado brasileiro, durante a fase de crescimento, que vai do nascimento até a 18 semana de vida da ave.

“Foram determinados modelos matemáticos do peso da ave, do ganho de peso diário, da temperatura ambiente e da quantidade de penas das aves”, explica Nemes, que acrescenta: “Considerando o vasto território brasileiro, e a conseqüente variação climática de cada região, utilizando-se os modelos obtidos, pude estimar a exigência energética das aves para a linhagem desejada, na temperatura média da região, e, assim, ajustar os níveis nutricionais das rações e proporcionar o melhor desempenho das aves, evitando o desperdício de alimentos”

De acordo com Nemes, sua pesquisa está disponível na Universidade Estadual Paulista e será publicada em revistas especializadas de acesso aos criadores de aves. Nemes destaca também a importância de seu trabalho para a empresa Ouro Fino, que está investindo no segmento de nutrição animal. “A nutrição, o manejo e a sanidade são áreas muito importantes e inter-relacionadas. A harmonia entre estas diferentes áreas é que determina o sucesso na produção animal”, finaliza o pesquisador.