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Manejo nutricional adequado garante benefícios para machos reprodutores

<p>Evento realizado pela APCS e Tortuga, ministrado por Daiane D. Spessatto, veterinária e professora da UFPR, apresentou estudo inédito voltado aos suinocultores em Campinas (SP).</p>

Redação (13/08/2008)- Muitos produtores suinícolas concentram seus esforços em manter a qualidade do manejo das leitoas e deixam o macho reprodutor em segundo plano. De acordo com Daiane Donin Spessatto, veterinária e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o bom manejo nutricional dos cachaços pode resultar em melhora bastante significativa da produtividade da granja, sem diminuir o padrão de qualidade. O estudo inédito intitulado “Nutrição de Machos Suínos e sua Influência sobre Reprodução” foi apresentado no hotel National Inn, em Campinas (SP), para cerca de 40 pessoas em evento promovido dia 14/08 pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) e Tortuga Nutrição Animal.

Segundo a professora, o bom manejo nutricional para suínos deve ser aquele que contemple todas as necessidades do animal de forma equilibrada. No caso dos animais reprodutores, a nutrição atinge diretamente sua capacidade de produção espermática (volume, quantidade de espermatozóides, morfologia da célula, etc), interagindo diretamente na qualidade da leitegada gerada pela leitoa fecundada. “Entretanto devemos ficar atentos ao peso do animal. O macho quando exposto a uma carência/excesso nutricional vai manifestar tardiamente a puberdade. Se for um animal que está entrando na vida reprodutiva, registrará diminuição na qualidade do sêmen e as células espermáticas terão morfologia e qualidade comprometida”, afirma. “Ao invés de inseminarmos 100 fêmeas, este número terá uma queda considerável, perdendo-se, portanto, em produtividade”.

Daiane Spessatto, veterinária e professora da UFPR, durante apresentação da palestra em Campinas (SP)

Formulação da ração – O estudo feito por Spessatto destaca a qualidade dos minerais orgânicos para melhorar a produtividade dos machos reprodutores, quando comparados a dietas inorgânicas e suplementação com lactação. Segundo a professora, o uso dos minerais ajuda o cachaço a atingir sua capacidade máxima reprodutiva, otimizando a produtividade. “A formulação da ração deve ser considerada principalmente em granjas onde os animais são utilizados para coleta de sêmen e distribuição para centrais de inseminação. Para granjas onde os reprodutores são utilizados apenas para manejo e estímulos de puberdade precoce nas fêmeas, não se justifica a adoção de um programa de nutrição específica para os animais”, completa a professora.

Congresso Internacional de Reprodução Animal

Daiane Spessatto participou do 16º Congresso Internacional de Reprodução Animal, organizado pela Hungarian Society for Animal Reproduction, realizado de 13 a 17 de julho deste ano em Budapeste, na Hungria. O tema abordado foi reprodução animal, incluindo fisiologia animal, patologia animal e tecnologia reprodutiva. Seu estudo sobre a nutrição de suínos, desenvolvido em parceria com a UFPR, foi o único trabalho brasileiro que representou o setor no evento. “Acredito que demos uma contribuição importante para o setor suinícola ao apresentar a utilização de minerais orgânicos no manejo de macho suínos como uma nova alternativa nutricional. Conseguimos atingir um grande número de participantes que certamente vão disseminar essa técnica em vários pontos do mundo”, diz.

Spessatto destaca que o congresso apresenta novidades para todas as áreas de reprodução, e que seu aprendizado foi gratificante diante da troca de experiências com outros profissionais do mundo. “Tudo isso, juntamente com a oportunidade de levar o nome do Brasil e de nossa instituição para outros países é muito importante”, conclui a professora e veterinária.