O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentou na segunda-feira (12/09) as ações da pasta para pesquisa na área de resistência antimicrobiana, fenômeno que ocorre quando bactérias, fungos, vírus e parasitas sofrem mutações genéticas e adquirem resistência aos medicamentos, diminuindo ou eliminando a eficácia desse medicamento para curar ou prevenir infecções.
A apresentação foi realizada pelo secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI durante o Simpósio sobre Infecções Bacterianas Multirresistentes e outras Ameaças Biológicas Emergentes, realizado em Salvador (BA) no Senai Cimatec. O encontro foi realizado com o intuito de fomentar alternativas para o crescimento da ciência e da inovação nacional sobre resistência bacteriana, tema ligado à defesa biológica, e discutir a adoção de medidas para controlar o aumento da resistência antimicrobiana e o direcionamento do uso de bacteriófagos como terapia farmacêutica. Os bacteriófagos são vírus que naturalmente dispõem de capacidade para infectar bactérias, matando o hospedeiro microbiano.
O evento contou com a presença do Ministro da Defesa, pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Exército dos Estados Unidos WRAIR (Walter Reed Army Institute of Research) e da UCSD (Universidade da Califórnia de San Diego), do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), pelo Diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec, e pelo infectologista e pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Sistemas Avançados de Saúde. Também estavam presentes representantes das Diretorias de Saúde do Exército, Marinha do Brasil e Aeronáutica.
De acordo com o secretário do MCTI, entre os encaminhamentos do simpósio está o mapeamento das competências nacionais, identificando os grupos de pesquisa e reunindo-os de modo a formar uma rede de pesquisa na área de bacteriófagos sob coordenação da SEPEF/MCTI. A medida é uma forma de fortalecer a investigação nacional sobre o assunto e criar condições debater estratégias de enfrentamento.
Segundo o ministro da Defesa, para o segmento militar, a ação biológica é um assunto relevante e, por isso, demanda atenção, pesquisa e estratégia de ação na defesa biológica, nuclear, química e radiológica.
Para o presidente da FIEB, o evento permite planejar atividades de modo a construir resposta colaborativa. No mesmo sentido, o pesquisador americano do WRAIR abordou as pesquisas realizadas na área pelo instituto e que pretendem realizar intercâmbio de informações com o Brasil para unificar esforços de conhecimento do avanço silencioso de infecção bacteriana e trabalhar em conjunto no no combate à resistência antimicrobiana.
O pesquisador-chefe do Senai na área de saúde, destacou o envolvimento das Forças Armadas no debate científico, pois a questão de saúde pública pode também se se tornar elemento de guerra biológica
Chamada pública resistência antimicrobiana – Está aberta até o dia 26 de setembro Chamada Pública para receber propostas de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação sobre resistência antimicrobiana. O edital no valor de R$37 milhões publicado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ‘‘Chamada CNPq/MCTI/CT-Saúde Nº 52/2022 – Ações em ciência, tecnologia e inovação para o enfrentamento da resistência antimicrobiana’ conta com recursos do Fundo Setorial de Saúde do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Mais informações neste link.
Com informações do Senai Cimatec.