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Nutrição

Micotoxinas mascaradas em rações para Avicultura: impactos e estratégias

Micotoxinas mascaradas em rações para Avicultura: impactos e estratégias

A presença de micotoxinas e suas formas mascaradas nas rações de aves é uma preocupação crescente para a avicultura, devido aos desafios que essas toxinas representam para a segurança alimentar e o bem-estar das aves. Micotoxinas mascaradas são micotoxinas que foram biologicamente modificadas e estão ligadas ou conjugadas a outros componentes, tornando-as difíceis de detectar por métodos analíticos tradicionais e ampliando seus efeitos tóxicos.

Impacto das Micotoxinas Mascaradas

Aflatoxina B1:
A aflatoxina B1, uma das micotoxinas mais tóxicas, pode se converter em sua forma mascarada, AFB1-exo-8, 9-epóxido, que causa danos graves às aves. Essa toxina afeta o desempenho das aves, reduz a eficiência alimentar, enfraquece o sistema imunológico e pode levar a danos nos órgãos e alta mortalidade. A aflatoxina mascarada também interfere no ciclo celular, prejudica a integridade intestinal e aumenta a suscetibilidade a doenças.

Desoxinivalenol (DON):
O DON e suas formas mascaradas, que incluem conjugados enzimáticos, apresentam riscos elevados de toxicidade, causando vômitos, recusa alimentar, danos à pele e baixa resposta imunológica. Em frangos de corte, essas formas mascaradas podem reverter para suas formas livres no intestino, exacerbando os efeitos negativos, como vazamento intestinal e queda no desempenho produtivo.

Ocratoxina:
As ocratoxinas, incluindo suas formas mascaradas, são altamente perigosas e afetam a saúde intestinal, levando à má absorção de nutrientes, estresse oxidativo e aumento da permeabilidade intestinal. Esses efeitos comprometem o desempenho produtivo das aves e aumentam a vulnerabilidade a infecções.

Fumonisina:
A fumonisina, que pode ser convertida em sua forma mascarada HFB1, causa danos ao fígado, rins e intestinos das aves, reduzindo a proliferação celular e a viabilidade das células intestinais. Essa micotoxina prejudica a barreira intestinal e aumenta a suscetibilidade a doenças infecciosas entéricas.

Zearalenona:
Embora as aves sejam relativamente mais tolerantes à zearalenona e suas formas mascaradas, essas toxinas ainda podem causar problemas reprodutivos e acumular-se em tecidos, representando um risco à saúde das aves.

Estratégias de Mitigação

Para mitigar os impactos das micotoxinas mascaradas, é crucial adotar estratégias que envolvam controle de qualidade rigoroso, práticas adequadas de pós-colheita e uso de aditivos na ração.

Controle de Qualidade e Armazenamento:
Implementar medidas rigorosas de controle de qualidade durante a produção e armazenamento de ingredientes pode reduzir a contaminação por micotoxinas. A separação e limpeza de grãos contaminados ajudam a limitar o crescimento de fungos e a produção de micotoxinas.

Aditivos para Ração:
O uso de adsorventes, enzimas, probióticos, prebióticos, antioxidantes e ligantes de micotoxinas na ração pode diminuir os níveis de micotoxinas mascaradas. Adsorventes como carvão ativado e minerais de argila imobilizam as micotoxinas, enquanto enzimas como β-glucanase e xilanase quebram suas estruturas complexas, tornando-as mais detectáveis e menos tóxicas.

Melhora da Saúde Intestinal:
A inclusão de probióticos e prebióticos melhora a microbiota intestinal e reduz a biodisponibilidade de micotoxinas mascaradas. Antioxidantes, como vitaminas C e E, e selênio, mitigam o estresse oxidativo causado por essas toxinas.

Ligantes de Micotoxinas:
A incorporação de ligantes de micotoxinas, como argilas modificadas, pode absorver várias micotoxinas mascaradas, diminuindo sua absorção e toxicidade.

Em resumo, enfrentar os desafios das micotoxinas mascaradas na avicultura exige uma abordagem multifacetada, que combine controle rigoroso, monitoramento contínuo e o uso estratégico de aditivos na ração, garantindo a segurança alimentar e o bem-estar das aves.

Referência: Poultry World