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Nobreza à mesa

Característica energética faz do gérmen de milho uma solução para o balanceamento de rações para aves e bovinos.

Redação AI 17/09/2003 – A busca por alimentos que substituam a soja ou o milho na composição de rações animais tem relevado que certos derivados apresentam características melhores que as da matéria-prima. Existe no mercado um grande número de produtos resultantes da industrialização do milho, alguns, como o farelo de glúten, apresentam alto índice de proteína, e outros apresentam características energéticas, a exemplo do gérmen integral. O gérmen de milho é utilizado há mais de dez anos na alimentação de frangos de corte. Contudo, os produtores não tinham respaldo técnico sobre a qualidade ou a eficácia nutricional desse produto até o desenvolvimento da dissertação de mestrado de Alexandre Barbosa de Brito, na Escola de Veterinária da Universidade de Goiás (UFG).

Conforme Brito, no processo industrial o amido é usado para fabricação de fubá e outros produtos que servem à alimentação humana, enquanto o gérmen integral, depois de separado mecanicamente ,sofre um aquecimento de 60 graus e segue para a alimentação animal. Esse produto concentra todo o óleo que o milho contém. Na verdade, além do óleo, possui maior conteúdo de proteína e de fibra que o próprio grão. “Há mais de dez anos ele é usado de forma subjetiva, sem informações corretas de valores nutricionais”, diz. Com a pesquisa ficou confirmada a existência , na proteína do gérmen, de aminoácidos de melhor qualidade para a alimentação animal que o milho.

Para o professor José Henrique Stringhini, da Escola de Veterinária da UFG, o milho e o farelo de soja são produtos nobres, que impõem dificuldades de substituição completa na ração. Segundo ele, em experimentos é possível, “mas economicamente não é viável”.

Stringhini afirma que, ao substituir 30% do milho ou soja nas rações, qualquer produto já representa um excelente resultado. O gérmen integral do milho na alimentação de frangos de corte conseguiu bons resultados de crescimento com substituição de até 50%, índice que pode chegar a 30% em poedeiras, cuja pesquisa encontra-se em fase de conclusão. Para os frangos de corte, Brito e Stringhini recomendam a substituição do milho por gérmen integral em 20% na fase inicial, 32% na fase de crescimento e 17% na fase final. Pela quantidade de gorduras e fibras não é indicado na fase pré-inicial com pintinhos de um a sete dias.

A maior concentração de aminoácidos, a exemplo da lisina e da metionina, permite a reduzir alimentos com a proteína, como o farelo de soja. Diante disso, além das vantagens nutricionais, os pesquisadores garantem que esse “subproduto” traz vantagens econômicas, pois reduzo custo da ração em cerca de R$ 0,05 por quilo. “Atualmente, o gérmen de milho é um produto mais caro que a matéria-prima, mas a quantidade de energia a mais reduz o custo”, acentua Brito. Conforme ele, esse produto do milho oferece a substância que seria obtida pelo farelo de soja. “É preciso entrar menos soja para manter os mesmos níveis de proteína.”