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Nutriciencia apresenta alternativas ecológicas e seguras para os especialistas em nutrição animal

A maior segurança alimentar exigida pelos consumidores de carne de aves e suína deixou de pernas para o ar os parâmetros utilizados no balanceamento nutritivo das rações animais.

Da Redação 18/12/2002 – A maior segurança alimentar exigida pelos consumidores de carne de aves e suína deixou de pernas para o ar os parâmetros utilizados no balanceamento nutritivo das rações animais. Foi essa a principal conclusão tirada durante o Nutriciência – fórum de debates promovido entre os dias 12 e 13 dezembro, no Guarujá (SP), pela Adisseo, empresa líder mundial no setor de produção de aditivos nutricionais (vitaminas, aminoácidos, enzimas etc.). O evento, porém, mostrou que os cientistas não dormiram no ponto, e já apresentam respostas aos novos desafios.

Importadores de carne do Brasil, como a Europa, querem um produto mais ecológico e natural, produzido sem o uso de antibióticos promotores de crescimento e farinhas de origem animal. “Essas exigências são uma resposta ao nosso consumidor, cuja percepção de segurança alimentar ficou muito negativa depois dos recentes episódios relacionados à crise da vaca louca”, explica Joaquim Brufau, membro ativo do comitê científico para nutrição animal da Comunidade Econômica Européia, e um dos palestrantes do Nuticiencia.

Brufau lembra que mesmo no mercado interno dos Estados Unidos já se admite que a retirada dos antibióticos e das farinhas de origem animal da nutrição das aves e suínos é um tema emergente e relevante, que afeta o comércio internacional e a saúde pública. “É o que informa estudo publicado em 2001 pelo Serviço de Pesquisa Econômica do USDA (equivalente ministério da agricultura americano)”, completa. O problema é que as medidas encarecem em cerca de 15% o custo de produção de carne de aves e suína.

Informações como essa e suas conseqüências, bem como a solução dos problemas acarretados pelas restrições de ingredientes utilizados na formulação das rações, foram abordados durante a quarta edição do Nutriciencia. O evento contou com 63 participantes provenientes do Brasil e mais seis países (EUA, Espanha, França, Argentina, Chile e Bolívia), em sua maioria nutricionistas que atuam em agroindústrias, fábricas de ração e premix.

Coube ao Nutriciencia apresentar alternativas que atendam as exigências ambientais e de segurança alimentar por parte da população sem comprometer o desempenho ou aumentar ainda mais os custos de produção da carne. Entre elas, o programa NIRS (Near Infrared System) da Adisseo, que torna realidade a utilização do conceito de proteína ideal, ou seja, o equilíbrio de nutrientes contidos na ração e menor uso de proteína bruta na formulação, pelo aumento da viabilidade na maior absorção dos aminoácidos pelo organismo dos animais.

Ao tornar realidade o conceito de proteína ideal, o programa NIRS compensa em parte os aumentos dos custos de produção decorrentes das restrições impostas pelos importadores. “Além disso, também diminui-se a geração de dejetos, reduzindo a contaminação do ambiente por nitrogênio, que hoje é um fator poluente grave”, avalia Paulo Tabajara Costa, professor de pós-graduação em zootecnia dos cursos de veterinária, zootecnia e agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (RS).

De maneira geral, os participantes aprovaram o Nutriciencia. “Considerei ótima esta minha primeira participação no Nutriciencia. Foram discutidos temas atuais e apresentadas informações de real interesse dos nutricionistas”, comenta Adsos Adami dos Passos, médico veterinário e coordenador de mercado suíno da Tortuga (São Paulo/SP). “O avanço na calibração do NIRS para avaliação de aminoácidos foi o ponto alto do encontro, na minha opinião. A maior precisão aumenta a confiabilidade dos resultados em análises rápidas e mais baratas dos nutrientes”, conclui.