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O que é conceito de energia líquida para nutrição de suínos?

O I Simpósio Internacional de Nutrição Animal, realizado esta semana em Santa Maria (RS), apresenta este e outros temas para a suinocultura.

Redação SI 04/10/2001 – “Existem diferentes definições e descrições para energia”, afirma o professor da Universidade Federal de Santa Maria (RS), Alexandre Pires Rosa. “Pode-se atribuir diferentes valores de energia às rações segundo a etapa considerada na utilização de energia (energia digestível = ED, energia metabolizável = EM e energia líquida = EL)”. Segundo Jean Noblet (2001), o custo da ração é o mais importante na suinocultura. E o peso maior nessa área é representado justamente pelo componente energético. Devido a isso, é importante estimar com precisão o valor energético das rações. Este é um dos assuntos que estão sendo apresentados no I Simpósio Internacional de Nutrição Animal Proteína Ideal, Energia Líquida e Modelagem, em Santa Maria (RS). O evento começou ontem (03/10) e segue até esta sexta-feira (05/10).

A avaliação do teor energético da alimentação dos suínos geralmente está baseada em teores de energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM). No entanto, a estimativa mais próxima da ideal é da energia líquida (EL), que considera as diferenças na utilização metabólica de EM para os nutrientes. A EL é definida como a energia metabolizável menos o incremento calórico. Desta forma, o valor de energia fornecido pelo sistema de EL é o mais próximo do “verdadeiro” teor energético de uma ração. “Este sistema é muito interessante, pois permite predizer de forma mais precisa o desempenho dos suínos e implementação de novas abordagens”, diz Rosa.

De acordo com o professor, um aspecto importante é que o valor de energia líquida depende diretamente da estimativa de produção de calor em jejum usado no cálculo. A conseqüência prática é que os valores absolutos de energia líquida obtidos, sob diferentes condições de medição, ou sobre diferentes hipóteses não podem ser comparados. O sistema de EL proposto por Noblet, em 1994, está baseado em equações que levam em consideração informações disponíveis em tabelas nutricionais convencionais e podem ser aplicadas a ingredientes individuais e para rações completas. “Também foi demonstrado que estas equações podem determinar a hierarquia correta das interações para suínos em crescimento e para matrizes em gestação ou em lactação”, ressalta.

Dados corretos – No entanto, Rosa alerta que os diferentes valores de energia digestível ou teores de nutrientes digestíveis devem ser usados em suínos em crescimento/terminação e, matrizes adultas com dois valores diferentes subseqüentes de energia líquida para ambos os grupos. Assim, é importante mencionar que são necessárias informações confiáveis sobre a digestibilidade da energia ou dos nutrientes para que a predição do teor da energia líquida em rações para suínos. Estas informações representam o fator mais limitante para predição do valor de energia de rações de suínos.

O professor ainda relata que com a estimativa da energia líquida pode-se formular dietas mais precisas quanto às necessidades energética, proporcionando aos animais uma melhor relação entre a energia e os demais nutrientes, buscando assim, maximizar a produção com um menor custo na alimentação. “A nutrição é uma ciência dinâmica, atualmente busca-se formular dietas que atendam as necessidades nutricionais reais”. A partir daí pode-se balancear dietas com menores níveis de proteína e baseadas no conceito de aminoácidos digestíveis. E a poluição ambiental com os excessos de nitrogênio e fósforo fítico também diminuem consideravelmente.