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Produção de ração deve crescer 10% em 2008

<p>De acordo com o Sindirações, o setor deverá gastar US$ 20 bilhões em matérias-primas neste ano.</p>

Redação (23/07/2008)- Mesmo pressionada pela alta dos custos das matérias-primas e pela crescente dependência dos aditivos importados, a produção da indústria de alimentação animal deverá crescer 10,2% neste ano e atingir a marca de 59 milhões de toneladas. De acordo com o Sindicato Nacional das Indústrias de Alimentação Animal (Sindirações), o setor deverá gastar US$ 20 bilhões em matérias-primas neste ano, aumento de 53,8% frente os US$ 13 bilhões do ano anterior. No primeiro semestre, a produção atingiu 28,1 milhões de toneladas, crescimento de 12%.

"Até meados de 2007 tínhamos um "céu de brigadeiro" no setor. Mas o aumento no preço do milho e dos aditivos acendeu a luz amarela", avalia Ariovaldo Zanni, diretor executivo do Sindirações. Ele informou que só o custo com milho subiu 100% no último ano. Alguns aditivos, como a vitamina E, subiram mais de 300% no período. Ele disse ainda que é necessário repensar a cadeia de suprimentos, pois a grande dependência de aditivos importados pode prejudicar o setor.
"Acreditamos que daqui a 12 anos, se não houver nenhum imprevisto, produziremos 150 milhões de toneladas de ração. Isso demandará 90 milhões de toneladas de milho e o dobro de suplementos", explica Zanni. De acordo com o sindicato, o custo com aditivos deve saltar de US$ 800 milhões em 2007 para US$ 1,2 bilhão neste ano. A China fornece 30% desse total ao Brasil.
Zanni acrescenta que para resolver esse gargalo é necessário que o governo estimule a instalação de indústrias no setor e otimize o fluxo de autorizações para importação dos aditivos. "A iniciativa privada fez um acordo para fomentar o fluxo comercial da China para o Brasil. Mas nesse mercado competitivo é necessário mais agilidade nas autorizações", afirmou.
Érico Pozzer, vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), disse que o aumento da ração impacta diretamente o custo de produção. "Ano passado o custo do quilo do frango vivo era de R$ 1,10. Atualmente é cerca de R$ 1,80", disse. Ele informou que caso as exportações de milho diminuam por causa da queda no câmbio, no segundo semestre as despesas deverão recuar.
O analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa, também enxerga com bons olhos a possibilidade de maior oferta de milho no mercado. Ele observa que o custo da ração para quem cria gado confinado é de R$ 5 por arroba, que atualmente é cotada por até R$ 90. "A redução na pressão dos custos com suínos e frangos é importante porque esse tipo de carne competiria menos com a bovina", disse.