A soja, um dos principais insumos utilizados na alimentação de frangos de corte, tem estimulado estudos em busca de soluções para seu melhor aproveitamento nutricional dentro dos segmentos de alimentação animal, em especial no setor avícola. Estima-se que o farelo soja proveniente de grãos in natura tenha menos de 2% do óleo contido no grão, uma porcentagem considerada baixa diante dos 20% de óleo que o grão inteiro contém. Uma forma de otimizar o aproveitamento energético e de nutrientes do grão é a utilização do processo de desativação da soja. Nessa técnica é feito um pré-cozimento a vácuo dos grãos, que permite que sejam desativadas na soja substâncias pouco interessantes para a alimentação do frango a nível nutricional. Além disso, essa tecnologia mantém e potencializa o teor energético do grão. O resultado desse processo, a chamada soja integral, mantém as boas características nutricionais e se encaixa melhor na alimentação das aves de corte.
De acordo com Valmor Ceratto, gerente Agroindustrial do Grupo Frangos Canção, o uso da soja desativada na alimentação dos frangos facilita o processo digestivo dos animais, aumentando a absorção de nutrientes. “Com o uso da soja desativada conseguimos ter uma melhor qualidade nutricional da ração de frango, pois a absorção e aproveitamento dos nutrientes é maior, resultando em um índice de conversão alimentar melhor, o que contribui também para que o peso médio das aves seja maior”, comenta.
A utilização da soja desativada na alimentação dos frangos é também uma estratégia para atender as exigências dos mercados europeu e asiático, que procuram comprar carnes de animais alimentados com proteínas de origem vegetal. “Além de estar preparados para atender esses países, garantimos uma melhor qualidade da carne de frango para todos os mercados”, comenta o gerente agroindustrial do Frangos Canção.
O Grupo Frangos Canção investiu alto em 2010 para inserir o uso da soja integral na alimentação das aves nos aviários de seus produtores integrados. Foram investidos mais de dois milhões de reais para instalar na fábrica de Indianópolis a estrutura necessária para realizar o processo de desativação da soja. “Junto à estrutura que já tínhamos da fábrica de ração instalamos o maquinário que faz a desativação da soja. Totalmente automatizado, o processo não tem pontos de contaminação, o que garante qualidade 100% do produto”, explica Ceratto.
Após o processo de desativação da soja, que é feito diariamente, é retirada a casca do grão e o produto é moído. A soja desativada é então misturado à ração, que é distribuída aos produtores integrados. “Isso faz melhorar os resultados econômicos e zootécnicos na alimentação dos animais”, afirma o gerente agroindustrial. Hoje, a estrutura do Grupo Frangos Canção para a realização da desativação da soja na fábrica de Indianópolis produz 10,5 toneladas/hora do produto. Entretanto, a estrutura pode comportar uma produção de 21 toneladas/hora.