O desmame de leitões é um período de grande estresse, em virtude de diversos fatores pelos quais os animais são submetidos, tais como: separação abrupta da mãe, mudança de alimentação (substituição da dieta líquida, leite, para sólida, ração), mistura de leitegadas, entre outros. Nesse período, esses animais ainda não são capazes de digerir satisfatoriamente determinados ingredientes da dieta, o que pode levar ao aumento da carga de microrganismos patogênicos no trato gastrintestinal (TGI), podendo acarretar diarreias, queda de desempenho e aumento de mortalidade.
Visando reduzir a carga de microrganismos patogênicos no TGI, algumas estratégias nutricionais são adotadas, entre elas o uso de antibióticos melhoradores de desempenho, que, ao reduzirem a carga de microrganismos, minimizam a ocorrência de diarreia, melhorando o desempenho dos animais. Porém, essa estratégia vem sendo muito questionada, pois, há o risco de resistência cruzada e possíveis problemas à saúde pública.
Por essa razão, diversos países restringem o uso de alguns promotores de crescimento e, recentemente, o uso do sulfato de colistina que era amplamente utilizado como melhorador de desempenho, em granjas suinícolas, foi proibido no Brasil. Do mesmo modo, o País poderá restringir o uso de outros melhoradores de desempenho, aspecto que demonstra a necessidade de buscar novas estratégias nutricionais que visem a redução de diarreia pós-desmame.
O uso de ácidos orgânicos e seus sais surgem como uma alternativa no tratamento do problema exposto, visto sua capacidade de redução do pH estomacal, favorecendo o processo de digestão e reduzindo a carga de microrganismos patogênicos, como Escherichia coli e Salmonella spp. Alguns ácidos que podem ser utilizados em dietas de leitões são: ácido benzoico, fórmico, fumárico, láctico e cítrico. Cada um age de um modo específico e, de acordo com a necessidade da granja, uma interação desses ácidos é necessária com o objetivo de melhorar o desempenho dos animais.
Na literatura diversos trabalhos relativos ao uso de ácidos orgânicos e seus sais para leitões recém-desmamados encontraram resultados positivos, com melhoria do desempenho ou redução da carga de microrganismos patogênicos. Na prática o uso de acidificantes para leitões está entre 0,1% e 0,8% de inclusão na dieta. Esses valores podem ser alterados em virtude do ácido ou do blend de ácidos utilizado, assim como a função e local de atuação de cada um e também da recomendação do fabricante do produto.