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Apertem o cinto que o preço subiu

A alta dos insumos e a escassez de milho preocupam os produtores de ovos do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Redação AI 19/11/2002 – A alta dos insumos e a escassez de milho preocupam os produtores de ovos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Boa parte dos custos é absorvida pelos criadores para não elevar o preço do produto, e evitar que o consumo caia.

As constantes oscilações do mercado avícola tem uma enorme influência sobre a economia de São José do Vale do Rio Preto, município que ocupa a liderança na produção de ovos e frangos no Estado do Rio de Janeiro.

Nos últimos meses a crise se agravou por causa dos insumos. O preço das embalagens, por exemplo, subiu 30% em apenas 3 semanas.

O pior aconteceu coma saca de milho de 60 quilos que custava R$15,00 em agosto e agora custa R$26,00.

Como o milho é o principal componente da ração do frango de postura, os donos de granja de São José do Vale do Rio Preto estão reclamando que estão tendo prejuízo com a produção.

No ano passado neste mesmo período a saca de milho custava em média R$10,00.

Com os últimos aumentos do preço do milho, o avicultor Rogério Caputo fez os cálculos e descobriu que o preço da caixa com 30 dúzias de ovos subiu para R$28,00, R$5,00 a mais do que o preço de venda para o mercado.

Segundo Rogério os avicultores de São José não tem como repassar o aumento do insumo porque é São Paulo que dita os preços no setor.

“A tendência é haver um desabastecimento no futuro. Aí o consumidor vai pagar muito caro pelo produto”, diz Rogério.

O município de Bastos, em São Paulo, produz por dia 5,6 milhões de ovos. Para isso, uma granja com 40 mil aves gasta diariamente 4 toneladas de ração.

A ração é produzida basicamente com milho e farelo de soja. A saca do milho que era comprada na região por R$13,00 em maio, hoje não sai por menos de R$28,00.

O Sindicato Rural calcula um prejuízo de R$220 mil por dia nas 65 granjas de Bastos. A produção de ovos já caiu 15% desde julho e os granjeiros acreditam que o custo de produção tenha aumentado 120% nos últimos 6 meses, o que não é repassado ao consumidor.

O sindicato garante que o repasse nos preços foi de 50%.

“Nós não conseguimos repassar o custo ao consumidor porque a medida que o preço do ovo subiu demais houve uma retração do consumidor e para não haver um prejuízo maior ainda, solicitamos a todos os avicultores para diminuir seu plantel em torno de 10 a 20% a curtíssimo prazo”, orienta o diretor do Sindicato Rural, Yasuhiro Yamanaka.

No Rio de Janeiro, a caixa com 30 dúzias de ovos tipo branco extra está sendo vendida por R$33,00 e em São Paulo, R$34,00.