O calor intenso do começo do ano mexeu com a vida de quem produz ovos. Milhares de galinhas morreram e está difícil repor o plantel. Algumas variedades do produto estão em falta no mercado.
O verão já foi embora, mas o período de pouquíssima chuva e temperaturas acima da média deixou consequências no campo. As galinhas vermelhas poedeiras não resistiram a tanto calor.
A galinha vermelha é mais sensível ao calor do que a branca, por isso, sofre tanto. A temperatura ideal em uma granja é de 25 graus, mas em uma delas em Santa Cruz da Conceição, o dono chegou a registrar até 39 graus durante o verão, mesmo com o sistema de refrigeração ligado. O resultado foi a morte da metade das 40 mil aves. João Carlos Piva teve um prejuízo de R$ 200 mil e agora pretende diminuir a produção de ovos vermelhos.
Com menos galinhas poedeiras no estado, a produção de ovos vermelhos foi afetada. Em outra granja em Pirassununga, houve quebra foi de 15%. Mário Luiz Saidel vende 630 dúzias por dia e para atender aos compradores, ele está mantendo as galinhas por mais tempo no galpão.
Antes, elas eram eliminadas com 80 semanas de vida, agora o descarte é feito com 95 semanas. “A ideia é prolongar a vida útil da galinha para ter os lotes para renovar a granja e ter produção. É preciso conciliar, tratar bem da alimentação, dar vitaminas, assim é possível obter uma vida útil boa”, diz.
A falta das galinhas poedeiras fez o preço dos ovos vermelhos aumentar. Os criadores conseguiam R$ 0,10 a mais pelo ovo vermelho em relação ao branco, agora recebem R$ 0,50, mesmo não havendo diferença nutricional entre os dois tipos.