Os ovos que saem da granja de Cristian Maki estão sendo vendidos por R$ 53 a caixa com 30 dúzias. O valor está abaixo do custo de produção que é de R$ 60, em média, por isso, ele e outros avicultores de Bastos, no interior de São Paulo, já estão tomando algumas providências, como a antecipação dos descartes.
O baixo preço pago ao produtor não poderia coincidir com época pior. É que o milho e a soja, produtos mais utilizados na composição da ração, estão com o valor em alta. Em janeiro, a tonelada da soja era vendida a R$ 620. Hoje, está custando mais que o dobro: R$ 1.380. Já a saca de 60 quilos de milho, que valia R$ 21 em junho, agora custa R$ 31.
O município de Bastos é o maior pólo de produção de ovos de São Paulo, estado que responde por 26% da produção nacional.
Uma das medidas adotadas pelos avicultores para baixar os custos de produção é mexer na composição da ração. Em vez de milho, alguns estão utilizando milheto e sorgo.
A mudança não agrada a todos os avicultores porque precisa mudar toda a formulação, as galinhas sentem e diminuem a produção, explica o avicultor Leonardo Yoshikawa.