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Minas Gerais inicia exportação de ovo em pó

Os primeiros embarques serão realizados até o mês de maio, por meio de um projeto pioneiro do Aviário Santo Antônio.

Redação (23/03/2009)- As primeiras exportações mineiras de ovos desidratados ou em pó serão feitas até o mês de maio. Com a inclusão desse produto na sua pauta de exportações, o Estado vai participar de um mercado que, em 2008, possibilitou ao Brasil uma receita da ordem de US$ 1,2 milhão, com o embarque de 152,6 toneladas de ovo em pó. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram organizados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais.

O projeto pioneiro de exportação de ovo em pó, no Estado, é do Aviário Santo Antônio (ASA), que tem indústria em Nepomuceno, na região Sul de Minas, a 240 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo o diretor administrativo da empresa, Aulus Sávio Assumpção, “para iniciar as exportações, a empresa fez contrato com um grupo europeu sediado em Luxemburgo, na Europa Ocidental, que destinará o produto principalmente aos países asiáticos.”

Assumpção informa que a indústria montada pelo ASA para fazer a desidratação dos ovos de galinha opera com matéria-prima das granjas da própria empresa e está preparada para oferecer o produto de várias formas. “Vamos atender aos compradores que preferem o ovo desidratado integral e também àqueles que buscam apenas a clara ou a gema em pó”, explica. “Além disso, podemos processar o ovo em diversas misturas, de acordo com a solicitação dos compradores, para atender a necessidades específicas das fábricas de alimentos.”

Agregação de valor

De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas, João Ricardo Albanez, iniciativas como a do Aviário Santo Antônio confirmam a importância da agregação de valor aos produtos do agronegócio e de outros setores para o aumento da receita das empresas. “As oportunidades se destacam em mercados como o Japão e Emirados Árabes”, ele observa. “Os dados apresentados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que o preço médio alcançado pelo ovo desidratado no mercado internacional é de US$ 7,45 o quilo na comparação com os resultados do ovo “in natura”, com casca, refrigerado, vendido pelo Brasil naqueles mercados ao preço médio de US$ 1,45 o quilo.” Por isso, segundo o superintendente, é importante investir na criação de novas linhas de produtos e, no caso do ovo em pó, isso fortalece a posição do Estado num setor que já se destaca pela liderança na exportação de ovo de galinha “in natura”.   

O empresário Aulus Assumpção confirma que são muito boas as perspectivas de renda no mercado internacional para as indústrias brasileiras de ovo desidratado.  Segundo ele, as empresas de São Paulo lideram as exportações desses ovos, processados principalmente para uso nas indústrias de alimentos como bolos, tortas e pudins. “Ainda assim existe muito espaço para as unidades processadoras de outros estados interessados em competir com seu produto no exterior porque a demanda do produto em pó está aumentando”, diz Assumpção. “Tivemos a confirmação disso durante a Gulfood 2009, principal feira da indústria alimentícia do Oriente Médio, realizada em Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos, no período de 23 a 26 de fevereiro”, ele acrescenta.  O evento teve a participação de 3,3 mil empresas de 75 países, e o Brasil se apresentou, sob a coordenação do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, com empresas dos setores de carne bovina, produtos avícolas, frutas, doces, massas, biscoitos, café e bebidas.

“A feira foi uma excelente oportunidade para a prospecção de negócios e a análise dos segmentos da alimentação que mais se desenvolvem no mercado árabe, o que facilita a programação da produção da matéria-prima demandada por essas indústrias”, informa Assumpção.  Ele enfatiza que “o ovo desidratado no Brasil, assim como a carne de frango, tem grande aceitação no mercado árabe e suas vendas continuarão aumentando porque mantemos a qualidade, a sustentabilidade e os padrões que atendem às exigências dos compradores.”   

Produto versátil

Entre as vantagens do ovo em pó sobre o produto comum estão a praticidade, a eliminação dos resíduos e o prazo de validade. Enquanto um ovo comum, devidamente refrigerado, dura até 30 dias, a versão desidratada dispensa refrigeração e pode ser armazenada por um período de até 12 meses, o que possibilita fazer embarques para os países mais distantes sem perda de qualidade do produto.

Além de ser totalmente higiênico, o produto exige pouco espaço para armazenagem. Outras vantagens do ovo desidratado são a facilidade de uso, a inexistência de risco de perdas por quebras e trincagem, e a redução no tempo e custo no processamento dos alimentos, com a eliminação das etapas de quebra de casca e separação da gema e clara.