Redação (16/01/2009)- Minas Gerais confirmou, em 2008, a condição de líder nacional nas exportações de ovos de galinha em casca refrigerados para consumo, alcançando receita da ordem de US$ 28,4 milhões. Além disso, o Estado teve uma receita de US$ 1,2 milhão com a comercialização de ovos de incubação no exterior. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram organizados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura (Seapa).
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da secretaria João Ricardo Albanez, os mineiros responderam, no ano passado, por 62% do valor total das exportações brasileiras de ovos para consumo, que alcançaram US$ 46,5 milhões no levantamento do MDIC. Na comparação dos volumes negociados, o Estado vendeu quase 20 mil toneladas, enquanto a soma do Brasil é de aproximadamente 33,2 mil toneladas. Portanto, as empresas de Minas embarcaram 60% do volume total que o país destinou ao exterior em 2008. As empresas do Estado que trabalham com ovos em casca para consumo no mercado externo são a Granja Mantiqueira, de Itanhandu, e o Aviário Santo Antônio (ASA), de Nepomuceno, ambos os municípios localizados no Sul do Estado.
A Granja Mantiqueira lidera as exportações nacionais do segmento, com receita da ordem de US$ 21,6 milhões no ano passado. O Aviário Santo Antônio (ASA), que começou a exportar há um ano e meio, teve em 2008 receita de US$ 6,8 milhões. Segundo o diretor administrativo do aviário, Aulus Assumpção, as exportações da empresa têm como principal destino o Oriente Médio, principalmente os Emirados Árabes Unidos, Omã e Catar. Outro grande comprador de ovos para consumo do ASA é a África, e depois vêm o Caribe e o Japão.
O levantamento do MDIC confirma que os Emirados Árabes são líderes absolutos na aquisição de ovos para consumo produzidos em Minas Gerais. O país comprou, no ano passado, cerca de 11,8 mil toneladas do produto, possibilitando uma receita de US$ 16,6 milhões. Angola garantiu compras no valor aproximado de US$ 10,6 milhões, e Omã fez compras da ordem de US$ 4,1 milhões. Valores próximos de US$ 2 milhões foram gerados pelas vendas de ovos das granjas mineiras para o Catar e o Kuwait.
A partir deste ano, a exportação de ovo em pó será mais uma fonte de receita para o ASA, informa o diretor da empresa. “Temos contratos assinados com compradores da Ásia”, acrescenta. “Por enquanto, o nosso produto desidratado se destina apenas à comercialização interna, atendendo aos setores de panificação, indústrias de massa, pães de queijo, biscoitos, confeitarias e cozinhas industriais”, finaliza.
Preço estimulante
O superintendente João Ricardo Albanez informa que Minas Gerais é o segundo produtor de ovos do país, com um volume de quase 200 mil toneladas em 2008, sendo o Sul de Minas o maior pólo de granjas de postura do Estado. Ele diz que a estimativa de produção é da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) e assinala que, com base nos números da entidade, as exportações mineiras de ovo para consumo representam cerca de 10% do volume produzido pelas empresas mineiras. “Os empresários avícolas do Estado aumentaram as exportações porque souberam aproveitar o momento favorável da conjuntura econômica mundial, principalmente nos três primeiros trimestres de 2008”, destaca.
Albanez observa ainda que os saltos na receita e no volume das exportações de ovos por Minas Gerais começaram há três anos, quando o setor movimentou perto de US$ 2 milhões. Em 2007, a receita subiu para US$ 7 milhões e agora se aproxima dos US$ 30 milhões. “Portanto, o aumento foi da ordem de 267% no período analisado”, enfatiza o superintendente. “A grande motivação para a expansão das exportações mineiras de ovos para consumo é o preço pago pelo produto no exterior. Os dados do MDIC mostram que a cotação do ovo teve aumento de 14,8%, nos dois últimos anos, com o quilo passando de US$ 1,15 em 2007 para US$ 1,43 no ano passado.”
Banho protetor
Para chegar aos destinos mais remotos, mantendo a qualidade exigida pelos compradores, os ovos produzidos nas granjas de Minas recebem um tratamento que pode ser chamado de banho da longa vida. A aplicação de um óleo especial torna a casca impermeável, evitando a passagem de ar e assim fica mais lento o processo de maturação do ovo. Além disso, o óleo aumenta a resistência da casca. O ovo, com essa proteção, é acondicionado em contêineres refrigerados e seu prazo de validade alcança três meses. De acordo com o empresário Aulus Assumpção, o banho de óleo é utilizado também para preservar o produto destinado a pontos distantes do mercado interno.