Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Ovos

Não há limites para ingestão de ovos

Artigo dissipa os mitos envolvendo ovos e colesterol. Não há evidência conclusiva ligando o seu consumo ao aumento de doenças coronárias.

Artigo publicado nesta semana dissipa os mitos envolvendo ovos e colesterol e confirma que as Organizações de Saúde e do Coração do Reino Unido retiraram os limites sobre ovos, como não tendo evidência conclusiva ligando o seu consumo ao aumento de doenças coronárias.

O Instituto Ovos Brasil (www.ovosbrasil.com.br) ,entidade que tem como missão expandir os conhecimentos sobre o ovo como fonte nutricional e seus benefícios para a saúde ,  divulga as conclusões de novo estudo realizado por pesquisadores britânicos da Universidade de Surrey sobre a relação colesterol e consumo de ovos. A nova pesquisa amplia os horizontes da ingestão de ovos e mostra que o consumo de gordura saturada, mais do que o colesterol contido nos ovos, lidera as causas de doenças cardíacas. “Não há limite recomendado para o consumo de ovos para a maioria das pessoas,” diz o relatório. 

No Brasil, o instituto é responsável por pela campanha “ovo só faz bem” (ver informações completas em arquivo anexo) nos principais pontos-de-venda do País – São Paulo, Recife, Rio, Fortaleza. Goiânia, Porto Alegre e Belo Horizonte – com o objetivo de expandir, junto ao público consumidor, os conhecimentos sobre o alimento ‘’ovo” como fonte nutricional e seus benefícios especiais para a saúde. A entidade, fundada em 2007, tem como um dos principais objetivos promover o produto “ovo” como um alimento saudável, de alto valor nutritivo e seguro para consumidores de todas as idades e classes sociais. A campanha, na íntegra, poderá ser acessada aqui. 

O artigo, publicado nesta semana no Boletim Nutricional da Fundação de Nutrição Britânica, revela que este equívoco em torno dos ovos e do colesterol se originou principalmente a partir das conclusões incorretas feitas por pesquisas anteriores. Estudos posteriores foram capazes de separar os efeitos do aumento do colesterol dietético da gordura saturada, que freqüentemente coexistem nos mesmos alimentos, mas os ovos não têm um alto nível de gordura saturada. 

O artigo dissipa os mitos envolvendo ovos e colesterol e confirma que as Organizações de Saúde e do Coração do Reino Unido retiraram os limites sobre a ingestão ovos, como não tendo evidência conclusiva ligando o seu consumo ao aumento de doenças coronárias. De acordo com a publicação, quase a metade (45%) do público britânico acredita que deva comer no máximo três ovos por semana – mas no novo artigo discute-se décadas de evidências, concluindo que o colesterol nos ovos tem somente um pequeno efeito e clinicamente insignificante no nível do colesterol sanguíneo e que não há limite recomendado para o consumo de ovos para a maioria das pessoas.

Esta evidência levou a grandes organizações mundiais e a organização da saúde do Reino Unido a reverem a sua orientação, incluindo a Fundação Britânica do Coração que havia estabelecido o seu limite recomendado de ovos de 3 a 4 por semana, embora pessoas com casos de hipercolesterolemia na família (1 em 500 no Reino Unido) também fossem aconselhadas a restringir a ingestão de colesterol. A Agência de Padrões Alimentícios também aconselha que a maioria das pessoas não precise limitar quantos ovos elas comem, se tiverem uma dieta balanceada. A Associação Americana do Coração também retirou referências específicas aos ovos das suas recomendações alimentares para a saúde do coração.

Enquanto elevados níveis de colesterol no sangue aumentam o risco de doenças cardíacas, somente cerca de um terço do colesterol presente no sangue vem da alimentação. Outros fatores como fumar, obesidade e atividade física podem influenciar na gordura do sangue, no nível de colesterol e no risco de doenças cardíacas. O artigo enfatiza que é a gordura saturada, e não o colesterol encontrado em alimentos como ovos, que é o maior ‘culpado’ no aumento dos níveis de colesterol no sangue.

O professor Bruce Griffin, professor de Metabolismo Nutricional da Universidade de Surrey, juntamente com o autor do novo artigo, disseram: “O equívoco estabelecido ligando o consumo de ovos com alto nível de colesterol no sangue e doenças cardíacas deve ser corrigido. A quantidade de gordura saturada exerce um efeito no colesterol sanguíneo muitas vezes maior que a pequena quantidade de colesterol dietético.”O público britânico não precisa limitar o número de ovos que come – mas ele pode ser encorajado a incluir os ovos em uma dieta saudável, uma vez que eles são um dos mais nutritivos alimentos sólidos naturais.

Dr. Hilary Jones disse: “Existe muita confusão com respeito ao colesterol dietético e colesterol sanguíneo. Muita gente acha que simplesmente cortando o colesterol dietético, evitando alimentos como ovos, é uma maneira fácil de reduzir o risco de doenças cardíacas. Mas ignoram o mais importante fator de risco alimentar: a redução da gordura saturada é algo muito mais crítico.”

Cath MacDonal, nutricionista do Serviço Britânico de Informação de Ovos, disse: “Os ovos devem passar de um alimento restrito para um que é fortemente recomendado, como parte de uma dieta saudável. Os ovos são uma fonte relativamente barata de nutrição para todos, e novas evidências sugerem que seu alto teor protéico pode até ajudar na perda de peso.”

Pesquisa publicada em 2008 mostrou que pessoas que comiam dois ovos por dia, enquanto em uma dieta com restrição calórica, não perderam somente peso mas reduziram o nível de colesterol no sangue.

O vice-presidente da União dos Avicultores da Irlanda, John McClenaghan disse: “Este relatório é uma boa notícia para a indústria de ovos. No passado foi sugerido que o consumo de ovos estava ligado com problemas coronários, mas este relatório ressalta que o colesterol em ovos tem um efeito pequeno e clinicamente insignificante no colesterol sanguíneo e que não deve haver limite recomendado no consumo semanal de ovos para a maioria das pessoas.

Nós temos uma produção industrial de ovos em escala mundial na Irlanda do Norte e nós esperamos que este relatório aumente a popularidade dos ovos entre os consumidores. Houve confusões no passado sobre ovos e este relatório é uma meio muito útil de informar aos consumidores. Os ovos não têm alto índice de gordura saturada e eles podem claramente fazer parte de uma dieta saudável balanceada. Eles são uma boa fonte de proteínas e também contêm vitaminas e minerais.

Proteínas nos ovos podem reduzir a pressão arterial

CANADÁ – Pesquisadores em Alberta descobriram que a proteína dos ovos pode realmente reduzir a pressão arterial.

Proteínas dos ovos cozidos e fritos podem reduzir a pressão arterial e reduzir potencialmente o risco de doença cardiovascular, sugere a nova pesquisa canadense relatada por Nutraingredients.

Visões tradicionais sobre ovos, e particularmente O colesterol contido neles, levou a recomendações de evitar o consumo dos ovos para aumentar a saúde cardíaca, mas a nova pesquisa publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry (Jornal da Agricultura e Química de Alimentos), sugere que as proteínas nos ovos podem beneficiar a saúde cardiovascular.

De acordo com descobertas feitas por Jianping Wu e Kaustay Majumder, proteínas dos ovos fritos e cozidos podem ser convertidas por enzimas no estômago e no intestino delgado para produzir peptídeos com enzimas conversoras angiotensina (ECA) – atividade inibidora.

Inibidores ECA trabalham restringindo a conversão do Angiotensina I no potente vasoconstritor, Angiotensina II, desse modo melhorando a circulação e pressão arterial. 

“Nossos resultados mostram que a digestão de ovos cozidos em vitro pode gerar vários potentes peptídeos inibidores ECA que podem ter implicações na prevenção de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão,” escreveram os pesquisadores da Universidade de Alberta.

Pressão arterial alta (hipertensão), definida como tendo pressão sistólica e pressão diastólica maior que 140 e 90 mmHg, é um importante fator de risco para a doença cardiovascular (DCV) – uma doença que causa quase 50% das mortes na Europa, e custa a União Européia um valor anual estimado em €169 bilhões ($202 bilhões).

“Os resultados deste estudo forneceram mais evidências de que os ovos são uma excelente fonte de alimentação que promove saúde,” acrescentaram os doutores Majumder e Wu.

Os efeitos são específicos para as proteínas do ovo, e o efeito do teor de gordura e óleo contido em ovos fritos não foram considerados.

Detalhes do estudo

Pesquisadores de Edmonton usaram um modelo de sistema do estômago e do intestino delgado para simular condições do intestino humano. Ovos fritos e cozidos foram passados através do intestino modelo e os produtos peptídicos foram mensurados.

Proteínas de ovos fritos mostraram maiores inibidores ACE que proteínas de ovos cozidos, dizem os pesquisadores. Esta discrepância pode ser causada pela diferença na temperatura do cozimento (170°C contra 100°C para fritos e cozidos, respectivamente), ou a partir de uma diferença na taxa de aquecimento – ovos fritos têm ‘um tratamento térmico quase que idêntico’, dizem Majumder e Wu, enquanto que o processo de ebulição produz uma gradação de temperatura do reservatório da casca para o núcleo do ovo.

“O núcleo do ovo, onde as proteínas da gema ou as proteínas da clara perto da gema, podem não ter sido totalmente desnaturadas, resultando em um menor poder digestivo e uma fraca atividade de inibidores ACE em ovos cozidos,” acrescentaram.

Os resultados também mostram que as proteínas podem ser absorvidas pelo corpo, permitindo o surgimento de uma atividade anti-hipertensiva no organismo. Contudo, os Drs Majumder e Wu salientam que estudos em cobaias seriam necessários para confirmar esta hipótese.

Referência

Majumder K. and J. Wu. 2009. Angiotensin I converting enzyme inhibitory peptides from simulated in vitro gastrointestinal digestion of cooked eggs. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 57 (2): 471-477.