Redação AI 08/06/2004 – 13h49 – Acusado injustamente de ser o inimigo número um do coração durante décadas, o ovo agora dá o troco. Já existem provas científicas que revelam: ele não é o que se imaginava. “Um estudo americano, realizado com um grupo que consumia e outro não, apontou maior incidência de doenças cardíacas justamente entre as pessoas que não recorriam ao alimento com freqüência. O dito-cujo não provoca problemas cardiovasculares. Os principais fatores que causam esse mal são o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo”, afirma Pedro Alves de Souza, professor titular do Departamento de Tecnologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Segundo o especialista, trata-se de um dos alimentos mais completos que existem. “Em relação ao valor nutritivo de sua proteína, ele só perde para o leite materno, sendo, inclusive, superior ao leite, ao pescado e à carne”, diz. A nutricionista Maria Cecília Corsi (SP) também sai em defesa. “O ovo é uma fonte muito rica de energia, possui nutrientes, vitaminas e sais minerais. E, o que é bom demais, uma unidade tem apenas 70 calorias”.
O ovo contém ainda níveis consideráveis de zinco, selênio, vitaminas A e E e do complexo B, substâncias que ajudam a prevenir o organismo contra processos degenerativos associados ao câncer, diabetes e cataratas e enfermidades cardiovasculares. A vitamina D, que o organismo só produz com a exposição solar, também está presente nele. “Quem não apanha sol deve, portanto, ingerir essa vitamina, encontrada somente em dois alimentos: no óleo de fígado de peixe e no ovo. E não resta dúvida de que este último é infinitamente mais saboroso”, diz o professor Souza da Unesp.
Completo no prato, econômico no bolso
Além de manter o organismo saudável, o produto é relativamente barato. O consumo por aqui, no entanto, ainda é pequeno. De acordo com a Associação Paulista de Avicultura (APA), o brasileiro come, em média, um ovo a cada quatro dias, enquanto o japonês e o mexicano consomem cerca de um por dia. “As pessoas, especialmente as de baixa renda, deveriam ser estimuladas a incluí-lo em sua dieta”, diz Souza. “Um ovo diariamente, de preferência cozido ou poché, é básico e essencial”, concorda a nutricionista.