O setor avícola brasileiro está acompanhando o crescimento da demanda global por ovos. Dados recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produção do mercado interno atingirá a marca de 40 bilhões de unidades em 2023. Esse número representa um aumento significativo de 10,8% em relação ao ano anterior. A alta na produção é alimentada por uma combinação de uma demanda interna em expansão e um interesse crescente no mercado internacional.
Em entrevista à Gessulli Agrimídia, o Diretor Comercial da Mantiqueira Brasil, Murilo Pinto, enfatiza a vocação do Brasil para a produção agropecuária como um propulsor deste cenário. “Nós estamos em um país que tem duas safras! Temos oportunidade de desenvolver cada vez mais a agroindústria para fornecer produtos ao mercado externo”, pontua.
E essa não é somente uma visão de futuro. As exportações de ovos brasileiras estão em ascensão e os dados divulgados nesta segunda-feira (23) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comprovam a afirmação. Em setembro, o país exportou 1,524 mil toneladas de ovos, um aumento notável de 217,8% em relação ao mesmo mês no ano anterior, quando as exportações totalizaram 479 toneladas. O valor gerado por essas exportações alcançou US$ 3,946 milhões, marcando um aumento significativo de 137,3% no comparativo, que registrou US$ 1,663 milhão.
No acumulado do ano, as exportações de ovos do Brasil apresentam um crescimento de 180,9%, com um total de 22,6 mil toneladas exportadas nos primeiros nove meses de 2023, em comparação com as 8,062 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2022. A receita acumulada atingiu US$ 56,3 milhões, refletindo um aumento significativo de 214,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando totalizou US$ 17,9 milhões.
“Nós ainda exportamos muito milho e soja, que é a matéria-prima, enquanto podemos exportar ainda mais frango, ovos e outros produtos da agroindústria. Assim nós desenvolvemos o nosso país também, tendo mais fábricas, indústrias, gerando empregos, enfim, enriquecendo um pouco mais a nossa cadeia antes de exportar”, enfatiza Murilo.
Ainda de acordo com dados divulgados pela ABPA, em setembro, o Japão liderou as exportações com 888 toneladas, um aumento notável de 922% em relação ao ano anterior. O Chile também se destacou, com 237 toneladas exportadas, representando um aumento de 379%.
“Nos últimos anos o Oriente Médio figurou como o principal mercado, embora o Japão esse ano tenha tomado a liderança e sido o principal destino. Mas temos exportações também para Taiwan que ocorreram em um contrato.”
Apesar dos progressos, Murilo destaca que “o desafio é a abertura de mercado, acordos bilaterais entre os países para ter a liberação oficial para o Brasil poder exportar e para esses países importarem.” Nesse cenário dinâmico, o Brasil enfrenta oportunidades e desafios na crescente demanda.