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Preço do ovo sobe 35% no CE

A alta no preço veio acelerado pelo retorno às aulas escolares e pela proximidade da quaresma.

Redação (18/02/2009)- Na contramão dos produtos da cesta básica, que recuaram 5,12%, em janeiro último, em Fortaleza, o preço do ovo de galinha saltou 35%, em média, no Ceará, neste mês de fevereiro. A bandeja com 30 ovos, que até o fim do mês passado podia ser encontrada por preços entre R$ 4,50 e R$ 5,50, já custam nos pontos de venda da periferia e nos supermercados da Capital cearense, entre R$ 6,00 e R$ 7,50, respectivamente.
A alta no preço dos ovos veio acelerado pelo retorno às aulas escolares e pela proximidade da quaresma, período entre o Carnaval e a Semana Santa, em que o consumo de carnes vermelha e de aves cai, e o do ovo sobe. Paradoxalmente, os preços do frango congelado e resfriado, que também deveriam recuar nos próximos meses, vai se manter ´empoleirado´, nos mesmos níveis dos praticados nas festas de fim de ano.
"O aumento no preço do ovo foi substancial", reconhece o presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis. Segundo ele, a elevação no preço do alimento foi puxada pelo mercado, pelo aquecimento na demanda.
"Quem faz o preço é o mercado. Se a procura aumenta, como é o caso do período da Quaresma, o preço sobe e vice-versa", justifica Reis. Conforme disse, o Ceará produz 3,5 milhões de ovos, por dia, sendo 90% consumidos no mercado interno e 10% exportados para outros Estados do Nordeste. No Ceará, o consumo per capita é de 140 unidades por ano.

Quanto aos preços do frango congelado, abatido na hora e resfriado, a tendência é de estabilidade nos patamares atuais. O valor deve ficar entre R$ 3,00 e R$ 3,50, por quilo do congelado, e R$ 3,50 e R$ 4,00, o quilograma do frango fresco. Nos últimos 18 meses, o preço do quilo do alimento elevou-se 20%, em média, saltando de R$ 2,90, para R$ 3,50. No interior do Estado, o quilo do resfriado chega a custar R$ 5,00.

Estabilidade

"Como a produção de frango na região Nordeste está acima do consumo, no período da Quaresma (período entre o Carnaval e a Semana Santa), o preço deve se manter estável, mas com viés de baixa", avalia Reis. A manutenção dos preços contraria, no entanto, a tão comum lei de mercado da oferta e da procura, já que as granjas do Sul do País optaram por dar férias coletivas aos empregados e reduzir a produção, em vez de baixar os preços no mercado interno, diante da queda nas exportações da ave.
"Com a redução do crédito e a queda nas exportações, o mercado(aqui me refiro às empresas) se ajustou, para manter os preços", confirma Reis. Segundo ele, a conservação dos preços do frango deve-se à elevação dos custos de produção. "A soja em grão e o milho subiram 10% e o farelo de soja, 15%, na virada do ano", justifica o avicultor.

Produção

O Ceará produz atualmente, 1,7 milhão de aves por semana, o equivalente a 3,9 mil toneladas semanalmente, considerando que cada ave pesa em torno de 2,3 quilogramas.
Quantidade similar é importada congelada dos Estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Goiás, como forma de garantir um consumo de quase oito mil toneladas por semana. No Ceará, o consumo de 40 quilos de frango per capita/ano.