Redação AI 12/11/2002 – As agroindústrias estão enfrentando uma forte crise com a disparada nos preços do milho (R$ 28) e da soja (R$ 48 a saca). Hoje, estamos trabalhando no prejuízo, relata o empresário Agenor Moresco, proprietário da Avimor Agroavícola, que comercializa os produtos com a marca Ovos Prata.
As três granjas duas em Nova Prata e uma em Farroupilha (RS) com capacidade para 500 mil galinhas poedeiras, tiveram redução de 30% no número de aves para diminuir os prejuízos. Com isso, a produção baixou de 360 mil ovos por dia para 216 mil ovos. Segundo Moresco, a redução na oferta, levando-se em conta que muitos criadores desistiram do negócio e outros foram à falência, permitiu incorporar ao preço a alta dos custos. A dúzia embalada na caixinha foi a R$ 1,50 e, na bandeja, a R$ 1,20. Toda a pressão no aumento dos insumos e matéria-prima, que precisa ser repassado ao consumidor, acaba gerando inflação. Isso está acontecendo também no frango de corte, no gado e suíno, adverte o empresário.
Ele acredita que a importação de milho e a liberação imediata dos estoques que ainda restam podem conter o preço do milho. A Avimor compra o grão de fornecedores espalhados por todo Estado, além do Mato Grosso e Goiás. Por mês, a empresa consome 10 mil sacas de milho (cerca de R$ 280 mil), mais os custos com o frete. Em abril e maio deste ano a saca era comprada por R$ 14 a R$ 15. Hoje saltou para R$ 28 a R$ 29, compara. O mesmo aconteceu com o farelo de soja, que custava R$ 350 a tonelada no início do ano e agora foi a R$ 720. A granja consome cerca de 150 toneladas de farelo de soja por mês.
Com sólida tradição no mercado e bons clientes, o empresário aposta na recuperação das perdas. A maior parte dos Ovos Prata é vendida para as grandes redes de supermercados, como Zaffari, Sonae, Nacional e Big, instalados em Porto Alegre e grandes cidades gaúchas. Temos um contrato exclusivo para vender os ovos com a marca Big e Nacional, como único fornecedor destas redes, destaca.
Nos últimos meses, a Avimor também comercializou ovos para mercados de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Não podemos deixar mais que três dias os produtos estocados, justifica.