Redação (18/11/2008)- A utilização dos biocombustíveis como saída para o setor de transporte foi um dos temas discutidos, na manhã desta terça-feira (18), durante a segunda sessão plenária da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, que acontece esta semana em São Paulo/SP. As discussões abrangem os biocombustíveis e as mudanças climáticas em âmbito mundial. O moderador da sessão, Luiz Pinguelli Rosa, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, provocou a questão e também opinou. Para Pinguelli, a aplicação de multas aos condutores de veículos com alta emissão de gás carbônico e, principalmente, o uso de veículos híbridos são exemplos de soluções para o problema.
O norte-americano Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute, elogiou a atuação do Brasil na área de energias renováveis e acredita que, ao lado da China e da Índia, o País poderá assumir a liderança política na redução de gases de efeito estufa. Na opinião de Flavin, os biocombustíveis são uma alternativa à emissão de CO² pelos transportes públicos, mas deve-se levar em conta a importância de sua utilização em carros de passeio e em caminhões, por exemplo. “Não há porque se concentrar apenas no transporte público. É preciso, desenvolver uma economia baseada em baixo teor de carbono e o Brasil tem possibilidades de fazê-lo”, completou.
O presidente do Processo Negociador do Protocolo de Quioto, o embaixador argentino Raúl Estrada-Oyuela, defende a melhoria dos combustíveis e do sistema de transporte; como exemplo, questionou o abandono do uso de ferrovias para o trânsito de produtos agrícolas. “Ainda há muito que ser feito na área de transporte, não é o caso de responsabilizar apenas o mercado”, afirmou.
Biocombustíveis versus alimentos – Na opinião do diretor da Smith School of Enterprise and the Environment, da Universidade de Oxford, Sir David King, é preciso analisar o ciclo completo da emissão de carbono e desenvolver tecnologias que não utilizem culturas alimentares para a produção de energia. Segundo King, em 2050, nove bilhões de pessoas no mundo demandarão ainda mais alimentos. “É preciso ter cuidado com o incentivo à produção de biocombustíveis a partir de alimentos, ressaltou.