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Brasil e Noruega discutem cooperação técnica na área de biossegurança

A Embrapa é uma das empresas pioneiras no Brasil em atividades relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados.

Redação (16/01/2009)- Representantes da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 41 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, e do Genok – Centro de Biossegurança, localizado na cidade de Tromso, Noruega, estão reunidos hoje e amanhã na sede da Unidade em Brasília, DF, para discutir linhas de cooperação técnica na área de biossegurança de organismos geneticamente modificados – OGMs. O chefe-geral da Unidade, Mauro Carneiro, apresentou hoje pela manhã o programa de pesquisa e desenvolvimento para os especialistas noruegueses.

A Embrapa é uma das empresas pioneiras no Brasil em atividades relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados – OGMs. Mesmo antes da aprovação da primeira versão da Lei de Biossegurança no Brasil, em 1995, a Empresa já participava das discussões acerca deste assunto no país e no exterior, visando intensificar a discussão e definir estratégias para avaliação de riscos inerentes à introdução desses organismos na alimentação e no ambiente.

Nas últimas décadas e com a crescente demanda de desenvolvimento de OGMs, a Embrapa vem investindo no treinamento de seus cientistas na área de biossegurança. O objetivo é capacitar esses profissionais em metodologias científicas relacionadas à avaliação da segurança alimentar e ambiental dos OGMs desenvolvidos pela Embrapa, atendendo prioritariamente ao sistema legal brasileiro, e também aumentar a percepção pública acerca deste assunto no Brasil.

O conhecimento adquirido pelos especialistas da Embrapa e a sua importância no cenário científico e social brasileiro despertaram a atenção dos diretores do Genok, que procuraram a Empresa para formalizar um programa de parceria técnica nessa área. O Genok – Centro de Biossegurança é uma fundação de pesquisa independente, sem fins lucrativos, fundada em 1998, com sede provisória na Universidade de Tromso, Noruega, que tem como principais objetivos desenvolver metodologias científicas para garantir a segurança alimentar e ambiental da utilização de OGMs e investir em capacitação, treinamentos e outras atividades nessa área.

Biossegurança nos cinco continentes

Segundo o diretor-geral do Centro, Trond Skotvold, o objetivo é assessorar o governo e as indústrias norueguesas no desenvolvimento de produtos geneticamente modificados dentro das normas de biossegurança. Segundo ele e o diretor-científico, Tarje Traavik, que também está presente à reunião, as parcerias internacionais são fundamentais, já que permitem a troca de experiências em termos científicos, envolvendo informações obtidas a partir de testes de campo com OGMs além de metodologias científicas de avaliação de riscos.

O Genok já mantém parcerias com países europeus, China, Zâmbia e Nova Zelândia e o objetivo agora é expandir essa cooperação para a América Latina, através da Embrapa. “As parcerias nos permitem avaliar e comparar dados ambientais e de campo em vários países diferentes, o que é muito positivo para difundir e harmonizar os estudos com organismos geneticamente modificados. Por isso, pretendemos manter parceiros em todos os cinco continentes”, ressaltaram os diretores.

Segundo as pesquisadoras Eliana Fontes e Débora Pires, especialistas em biossegurança de OGMs na Embrapa, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é a Unidade ideal para iniciar essa parceria no Brasil, já que alia pesquisas de conservação de recursos genéticos a tecnologias de ponta na área de transgenia e genômica, entre outras.”É claro que esse é o primeiro passo. Pois, com o tempo, a cooperação vai envolver outras unidades da Embrapa, universidades e instituições de pesquisa estaduais e nacionais no Brasil”, enfatiza.

Durante esses dois dias, como explicam as pesquisadoras, serão definidas as linhas de pesquisa que vão nortear a cooperação entre a Embrapa e o Genok, mas provavelmente o foco será em duas áreas: a primeira é a de ecologia, que envolve estudos ambientais de análise de riscos da liberação de OGMs, considerando os impactos positivos e negativos da introdução de organismos transgênicos no ambiente, e a segunda é a de caracterização genética, baseada na utilização de modernas ferramentas para conhecer a fundo a estrutura molecular de espécies vegetais de importância agrícola. O conhecimento genético-molecular das plantas é fundamental para desenvolver metodologias mais eficientes de conservação, além de gerar informações biológicas para garantir a sustentabilidade produtiva dos recursos genéticos vegetais. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.