Da Redação 14/07/2004 – 06h11 – A Câmara Temática de Ciências Agrárias se reuniu ontem, dia 13, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para discutir um assunto que interessa a todos os setores da cadeia do agronegócio: o incremento dos investimentos em pesquisa agropecuária, sobretudo na Embrapa, que vem registrando quedas acentuadas no orçamento destinado à pesquisa.
Segundo o presidente da câmara, José Levi Pereira Montebelo, vários problemas enfrentados pelo agronegócio brasileiro decorrem da falta de investimento em pesquisas e ações preventivas capazes de garantir a segurança e a qualidade da nossa produção. Como exemplo, ele citou a ferrugem asiática que está atingindo a soja brasileira.
A idéia é criar um fundo de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia, em parceria com a iniciativa privada, para apoiar o trabalho das instituições que atuam no setor.
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“Sabemos que temos uma série de compromissos e falta de recursos, embora a tributação seja alta no Brasil. Mas como acontece em todo o lugar do mundo, nós vamos buscar parcerias com a iniciativa privada, até porque as pesquisas trazem benefícios a eles e nada mais justo”, informou Montebelo.
Durante a reunião, o engenheiro agrônomo Décio Luiz Gazzoni mostrou números atualizados que comprovam a queda no nível dos investimentos registrado nas últimas décadas. De acordo com Gazzoni, em 1979 o Brasil investia 0,45% do total do agronegócio em pesquisas desenvolvidas pela Embrapa. Atualmente, o percentual é de apenas 0,04%.
“Isso corresponde a um décimo do que era investido”, ressaltou.
Instalada no ano passado pelo ministério, a Câmara foi criada para discutir e propor alternativas para fortalecer as Ciência Agrárias e incentivar a capacitação profissional do setor. Também constaram da pauta da terceira reunião, realizada hoje, o aperfeiçoamento do currículo de formação na área de ciência agrárias e a geração de empregos mediante a formação de cooperativas de trabalho.
