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Entrevista

CAPTAA: Uma visão diagnóstica sobre a avicultura

O diretor Técnico do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (CAPTAA), Antonio Guilherme Machado de Castro, fala sobre Influenza Aviária e Laringotraqueíte Infecciosa, discute métodos diagnósticos e enfatiza a importância das monitorias sorológicas para a avicultura.

CAPTAA: Uma visão diagnóstica sobre a avicultura

O Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (CAPTAA), do Instituto Biológico de São Paulo, é um dos principais laboratórios de patologia avícola do País. Juntamente com a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Bastos (SP), que é vinculada ao próprio CAPTAA, é um dos poucos laboratórios do País credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a realização de análises sorológicas de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. No ano passado, obteve a ISO 17.025, específica para laboratórios, e até o final deste ano deve inaugurar uma nova ala destinada a análises microbiológicas.

O Instituto Biológico tem longa tradição na avicultura e uma lista de contribuições ao setor. Foi, por exemplo, o primeiro a publicar um compêndio de enfermidades avícolas do País, o “Tratado de Doenças das Aves”, escrito pelos cientistas José Reis e Paulo Nóbrega, que até pouco tempo atrás era a principal referência dos técnicos avícolas na área sanitária. Durante as décadas de 1960-70, foi responsável pela produção de insumos para diagnósticos. Fabricava antígenos e vacinas já que nessa época o setor privado ainda não o fazia. “O Biológico tem uma tradição muito forte na área de sanidade. E não só em São Paulo, mas no Brasil todo”, comenta Antonio Guilherme Machado de Casto, diretor Técnico do CAPTAA.

No laboratório de patologia avícola do Instituto Biológico em Descalvado desde 1981, Castro é também membro do Comitê de Prevenção à Influenza Aviária do Estado de São Paulo e presidente da Câmara de Sanidade e Produção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Nesta entrevista, ele discute questões relacionadas tanto à Influenza Aviária quanto à Laringotraqueíte Infecciosa das Aves; aborda as diferentes metodologias de diagnóstico sorológico, falando ainda sobre biosseguridade, investimentos e linhas de pesquisa no CAPTAA. Confira. 

Avicultura Industrial – O Brasil tem se mantido livre de enfermidades importantes e com grande impacto no comércio internacional, como a Influenza Aviária. A que o senhor atribui isto? É um mérito do sistema brasileiro de defesa sanitária?

Antonio Guilherme Machado de Castro – A avicultura é uma atividade muito importante dentro do agronegócio brasileiro. É geradora de renda, emprego e desenvolvimento socioeconômico. Basta comparar regiões com e sem produção avícola. Observe a diferença de PIB entre elas. Aqui mesmo em Descalvado e região, veja o que significou o fechamento da Cooperfrango [braço industrial e comercial avícola da Cooperguaçu, que encerrou as atividades em 2009 devido a uma crise de liquidez]. Milhares de pessoas perderam o emprego. Hoje, o Brasil éo maior exportador mundial de carne de frango, que será a proteína animal mais consumida até 2020. Centenas de países dependem da importação da carne brasileira para manter sua segurança alimentar. Na Arábia Saudita, mais de 90% da carne de frango consumida é proveniente do Brasil. Olhe a responsabilidade que temos. Um eventual problema sanitário aqui afeta em cheio uma série de países. Do ponto de vista zootécnico e sanitário, como o Brasil se tornou este player? Para mim, foi principalmente uma associação entre o setor público e o privado. Ambos têm de andar de mãos dadas, juntos na mesma direção. É o que acontece no Brasil. O País está livre de doenças como a Influenza Aviária e Newcastle exatamente por este trabalho conjunto e devido a uma legislação sanitária moderna e que acompanha a evolução do setor. O Programa Nacional de Sanidade Avícola criado em 1994 pelo Ministério da Agricultura [Pecuária e Abastecimento – Mapa] foi e é uma orientação muito importante para toda a avicultura brasileira. 

AI – Especificamente em relação à Influenza Aviária, o Brasil é o único player avícola a não ter registro da enfermidade. A qual fator o senhor atribui o fato de ela nunca ter chegado ao país?

Castro – A avicultura brasileira tem na biosseguridade uma preocupação constante. Atrelado à união entre os setores público e privado e a legislação sanitária, é um dos principais fatores para a não entrada do vírus da Influenza Aviária no País. A avicultura no Brasil tem como característica manter sistemas segregados de produção para reprodutoras, frangos de corte ou ovos comerciais. Elas não se misturam. Em vários países há uma mescla, o que prejudica muito a questão sanitária. Também, estamos fora das grandes rotas migratórias de aves, as quais estão entre as principais responsáveis pela disseminação de doenças como a Influenza. O Brasil é um país continental, mas os sítios de aves migratórias estão bem distantes das áreas produtivas. Além disso, programas de monitoria e vigilância são mantidos nestes sítios, o que tem se mostrado um trabalho muito sério e eficiente de prevenção. 

AI – O crescimento da população mundial e a necessidade por mais alimentos; o processo de urbanização; a globalização, que amplia o trânsito de pessoas pelo mundo; e a maior densidade animal nas unidades produtivas estão entre os fatores apontados como principais para o surgimento ou ressurgimento de enfermidades na produção animal. Em que medida este cenário põe em risco o status sanitário da avicultura brasileira?

Castro – Esta concentração e movimentação de pessoas de fato é um risco. Hoje é possível tomar café em um continente e dormir em outro. Temos agora o exemplo recente da Copa do Mundo. O Brasil está recebendo pessoas do mundo todo. O Ministério da Agricultura em parceria com os órgãos estaduais de defesa sanitária e o Vigiagro [Vigilância Agropecuária, vinculado à Secretaria de Defesa Sanitária SDA/Mapa] fez um eficiente trabalho com estes visitantes estrangeiros, intensificando a fiscalização. Pouco antes do início da Copa, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo lançou um programa de prevenção à Influenza Aviária no Estado, tendo como base os resultados de um grupo de trabalho sobre o tema. Apesar do risco, todo o setor produtivo e o governo têm trabalhado de forma árdua com foco na prevenção. 

AI – No caso do produtor, ele está consciente em relação à importância de cuidar do status sanitário de seu plantel e – por consequência – da avicultura brasileira? Ele vem aplicando corretamente as medidas de biosseguridade?

Castro – A avicultura está cada vez mais profissional e consciente da importância de manter o seu status sanitário. Os produtores sabem que têm de cuidar do seu negócio; e que isto passa pela sanidade. Esta última instrução normativa [IN 10/2013] é um grande salto em termos de prevenção, com orientação para adoção de medidas como o uso de cercas, arco de desinfecção, fluxo, registro, georreferenciamento das granjas etc. Anualmente são realizados simpósios ou encontros com foco na questão sanitária. Agora mesmo em abril aconteceu o terceiro Workshop de Influenza Aviária, com a presença de pesquisadores de renome mundial. Além disso, todas as empresas avícolas possuem hoje um plano de contingência para ser aplicado imediatamente em caso de qualquer problema sanitário. Outro fator relevante – e que diferencia a avicultura brasileira – é o projeto de compartimentalização. É um projeto ímpar, já referendado pela OIE [Organização Mundial de Saúde Animal], implantado a partir de uma junção entre o setor público e as empresas avícolas. 

AI – Bastos é tida – não sei se justa ou injustamente – como uma possível “porta de entrada” do vírus da Influenza Aviária no País. Como o senhor avalia este risco?

Castro – É injusta esta afirmação. Bastos é a capital do ovo no Brasil. São mais de 20 milhões de aves alojadas, sendo responsável por mais de 40% da produção nacional de ovos comerciais. A consciência da importância do status sanitário e da adoção de medidas mais rígidas de biosseguridade está cada vez mais forte junto aos produtores de ovos comerciais. Tenha como exemplo o surto de Laringotraqueíte Infecciosa ocorrido em Bastos no ano de 2002. Teve um forte impacto para os produtores da região, mas mostrou a realização de um grande trabalho de contingência, resultado da união entre produtores, governo e empresas. Um trabalho que evitou maiores consequências a todo o setor produtivo, demonstrando o alto grau de conscientização dos produtores de ovos. 

AI – Qual seria então a principal “porta de entrada” do vírus no País? O senhor teria como apontar alguma principal?

Castro – É difícil responder. Veja o caso do Chile, por exemplo. O país teve registro da doença em 2002. A mãe natureza foi muito generosa com o Chile dentro do aspecto de isolamento sanitário. Tem as geleiras ao Sul e um deserto ao Norte, com as cordilheiras de um lado e o Oceano Pacífico do outro. Mesmo assim, a Influenza Aviária entrou no país; e via aves migratórias. No caso do Brasil, penso que as fronteiras secas seja um dos principais pontos de atenção. Temos uma extensão territorial enorme. Deus tem sido brasileiro e o setor produtivo tem trabalhado diariamente na prevenção e não tivemos nenhum registro da enfermidade até agora. Tenho informações de que o Ministério da Agricultura irá intensificar os programas de vigilância; é isto que deve ser feito para minimizar o risco das fronteiras: vigilância ativa e maior fiscalização. 

AI – O CAPTAA realiza anualmente um grande número de análises e diagnósticos. Hoje, quais são os principais desafios em diagnóstico?

Castro – Milito há 35 anos no setor. Durante este período, posso afirmar que o diagnóstico evoluiu muito. Antigamente ele era algo tímido, posso assim dizer. Com a evolução da avicultura, o diagnóstico teve de evoluir junto para acompanhar as novas demandas da produção. Hoje trabalhamos com recursos laboratoriais que permitem um diagnóstico muito mais preciso. Embora, é necessário ressaltar, o perfil das enfermidades tem mudado um pouco. As características atuais são mais de síndromes, no qual há o envolvimento de vários agentes etiológicos. Hoje, há mais recursos de ordem molecular e também sorológica que não existiam no passado. Como o setor trabalha intensamente de forma preventiva, os programas sorológicos são uma importante ferramenta para estudo da vida sanitária de um lote. Se ele está submetido a algum desafio, se o programa de vacinação é eficiente, como será a transferência de imunidade para a progênie. Foram todos ganhos obtidos com a evolução laboratorial. Ainda acho que o setor avícola precisa utilizar mais os laboratórios. Um país como o Brasil, com a importância que tem sua avicultura, tem até poucos laboratórios para análises avícolas. Por outro lado, o Ministério da Agricultura tem exigido um padrão de qualidade cada vez maior. O nosso laboratório aqui, por exemplo, passou por um processo de certificação e atualmente todos os nossos escopos são acreditados dentro da ISO 17.025:2005, que tem a chancela do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia]. Era uma exigência do Mapa para que continuássemos realizando programas de monitoria. Também nos dá respaldo frente missões sanitárias internacionais, as quais normalmente fazem visitas técnicas aqui no laboratório. 

AI – A estrutura do CAPTAA pode ser considerada um diferencial da avicultura paulista? Há laboratórios como este em outros Estados?

Castro – Sim, existem outros centros. Em Santa Catarina temos o Cedisa [Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal], no Rio Grande do Sul o antigo Desidério Finamor [Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor], no Paraná o Marcos Enrietti [Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti (CDME)] e aqui em São Paulo o Instituto Biológico, que tem longa tradição no setor avícola. O primeiro “Tratado de Doenças das Aves” foi editado pelo Instituto Biológico através dos cientistas José Reis e Paulo Nóbrega. Até pouco tempo, era ainda a principal referência para os técnicos de avicultura. Só mudou depois que a Facta [Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas] assumiu as publicações de Ciência avícola no País, ampliando a gama de livros relacionados a este e a outros temas. O Biológico ainda, durante as décadas de 1960-70, foi responsável pela produção de insumos para diagnósticos. Fabricava antígenos e vacinas porque nessa época o setor privado não produzia. O Instituto Biológico tem uma tradição muito forte nesta questão sanitária. E não só em São Paulo, mas no Brasil todo. 

AI – O laboratório de patologia avícola, que integra o CAPTAA, está apto a realização de diagnósticos rápidos para confirmação de casos de Influenza Aviária ou Newcastle, por exemplo?

Castro – Nosso laboratório está autorizado a realizar provas sorológicas tanto para Influenza Aviária quanto Newcastle, mas não para isolamento e confirmação. Isso é de competência exclusiva do Lanagro [Laboratório Nacional Agropecuário, vinculado ao Mapa]. São poucos os laboratórios credenciados para sorologia de Influenza Aviária. Temos dois: este aqui em Descalvado e outro em Bastos [Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Bastos], que é vinculado ao CAPTAA. 

AI – A UPD de Bastos é ligada ao CAPTAA. Como funciona esta estrutura?

Castro – A unidade de Bastos é vinculada ao CAPTAA e tem como diretor Técnico o Marcos Buim. Ela vem recebendo investimentos visando exatamente atender aquela região, que é de suma importância para a avicultura de postura. Agora mesmo a UPD de Bastos está sendo submetida a um credenciamento para exames de controle de Salmonella sp. No ano passado foi inaugurada uma nova ala do Laboratório de Bromatologia, para análises de matérias-primas utilizadas na alimentação animal, e do Laboratório de Análises Microbiológicas, destinadas à realização de análises e diagnósticos de rotina físico-químicas e microbiológicas de água e também de ovos alimentares. 

AI – Há pouco tempo o Laboratório de Patologia Avícola do CAPTAA recebeu uma série de investimentos para modernização e adequação de suas instalações. De que forma este aporte contribuiu para a melhoria do trabalho realizado aqui?

Castro – Os investimentos em instalações e equipamentos permitiram a qualificação do laboratório para prestar melhores serviços. Isto o possibilitou ser credenciado para análises de Influenza Aviária, por exemplo. Os investimentos também criaram todas as condições necessárias para análises de controle da Laringotraqueíte Infecciosa. No caso do surto desta enfermidade em Bastos, o laboratório teve um papel importante de transferência de conhecimento, atuando em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo na coleta de material para exame. Nos casos de Laringotraqueíte em Guatapará [surto registrado no município paulista em 2009], recebemos material para análise molecular visando avaliar o nível de controle daquele surto. 

AI – Em 2011 o laboratório foi credenciado para diagnóstico de Influenza Aviária, Laringotraqueíte e Newcastle. O senhor tem ideia de quantos exames foram feitos até agora?

Castro – Nestes casos, o laboratório é credenciado para análises sorológicas, por Elisa ou IDGA. Também, atestamos a sanidade de lotes para exportação. O Brasil está se transformando em plataforma exportadora de material genético. O País exporta avós, matrizes e ovos férteis. Realizamos aqui esta monitoria com vista à exportação por meio do Serviço Oficial. Desde o credenciamento em 2011 até agora, realizamos mais de 45 mil testes sorológicos para Influenza Aviária e Laringotraqueíte. É um número bem significativo, principalmente visando o trânsito internacional. 

AI – O CAPTAA atende apenas o Estado de São Paulo ou recebe material de outras regiões também?

Castro – No caso da Influenza Aviária, para trânsito internacional, recebemos de outros Estados, onde as casas genéticas estão localizadas. Os testes são feitos em prazo curto, dentro dos protocolos exigidos. 

AI – O senhor citou há pouco a sorologia. Qual a importância do monitoramento sorológico na avicultura?

Castro – A avicultura é muito sensível. Qualquer problema de ordem sanitária causa grandes prejuízos, por isto empresas e produtores trabalham de maneira intensa a prevenção. A monitoria sorológica contribui na avaliação do status sanitário dos lotes em produção, seja de matrizes, avós ou frangos de corte. Ela permite avaliar os desafios sanitários e a eficiência dos programas de vacinação, sobretudo, auxiliando na manutenção de um bom controle sanitário. Hoje, a monitoria sorológica permite o registro de todo o histórico sanitário desde o alojamento da ave até sua saída do lote. É uma ferramenta muito importante, a qual através de técnicas como o Elisa, permite a correção de rumo da produção caso seja detectado algum desafio. 

AI – Dentre os métodos sorológicos disponíveis hoje, há algum mais eficiente?

Castro – A sorologia de maneira geral envolve soroaglutinação, imunodifusão em gel de ágar e Elisa. Dependendo do tipo de monitoria pretendida, se escolhe a técnica mais adequada. Por exemplo, a soroaglutinação é uma técnica muito antiga, existente desde o início da avicultura. Mas, continua de certa forma atual. É reconhecida pelo Mapa, dentro do Programa Nacional de Sanidade Avícola, para diagnóstico de micoplasma. A Elisa tem como característica sensibilidade e especificidade. Já a imunodifusão em gel de ágar é um requisito internacional, exigido por alguns países importadores de material genético, tendo de ser negativo em relação à Influenza Aviária. É uma técnica mais demorada e cara, mas por ser uma exigência internacional, tem de ser utilizada no caso da exportação de material genético. 

AI – Há um investimento em andamento aqui no CAPTAA, que é um novo laboratório. Em que estágio ele se encontra?

Castro – É um Laboratório de Microbiologia de Alimentos. Um investimento do governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, para atender com análises toda a área produtiva de carnes e leite. Hoje, há uma preocupação muito grande com a qualidade dos alimentos. O Instituto Biológico entendeu que esta seria uma área estratégica e está investindo neste laboratório, que deve ser entregue até o final do ano. 

AI – Além de diagnóstico, o CAPTAA também trabalha com pesquisa. Quais as linhas desenvolvidas atualmente?

Castro – O Centro desenvolve várias pesquisas, que seguem em paralelo a nossa rotina laboratorial. Temos pesquisas com Salmonella spp. em ingredientes e rações prontas para aves. Também, desenvolvemos estudos de resistência antimicrobiana de Escherichia coli, que é um patógeno importante em aves comerciais. Há uma pesquisa com sorovares de Salmonella spp. isoladas de amostras avícolas do Instituto Biológico; estes sorovares estão sendo tipificados, o que irá permitir se ter uma rastreabilidade destes agentes. Há ainda uma pesquisa direcionada à detecção de Campylobacter sp. em carcaças avícolas e outra para detecção de Salmonella em suabe de arrasto por meio de PCR. Hoje, a maioria dos laboratórios usa a técnica convencional de isolamento, mas aqui trabalhamos com o uso de diagnóstico molecular. Na linha viral, temos um estudo de avaliação de perfil sorológico para Bronquite Infecciosa. É uma enfermidade que se mantém como um problema sério na avicultura, principalmente nesta época do ano. É um grande desafio para o setor porque o vírus da Bronquite tem como característica a mutação, dificultando o seu controle. Complementando esta pesquisa, também há um estudo de diagnóstico molecular do vírus da Bronquite presente em nossa região, até para avaliar a sua prevalência. Esse é um resumo das principais linhas de trabalho realizadas por nosso grupo de pesquisadores. 

AI – O CAPTAA está apto a atender todas as demandas do setor.

Castro – Estamos prontos para atender as demandas do setor e contribuir para o seu progresso, não só sanitário, mas produtivo também. A avicultura é um dos segmentos mais importantes da cadeia produtiva do agronegócio. Temos de trabalhar cada vez mais para manter esta liderança avícola mundial, pois todos estão de olho em nós. Muitos até torcendo para que escorreguemos, o que nos faz trabalhar com cada vez mais força para a manutenção desta liderança, conquistada a duras penas. Para isto, precisamos da união de todos os elos da cadeia produtiva.

Esta entrevista é parte integrante da edição 1234 de Avicultura Industrial. Para acessar o conteúdo completo da revista, clique aqui.