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Saúde Animal

Combate à Bronquite Infecciosa

O controle da Bronquite Infecciosa nos plantéis aviários brasileiros ainda é um desafio. As novas variantes e os resultados da vacinação atual são conflitantes. Leia artigo.

Por Jeovane Pereira

Uma das discussões técnicas atuais em relação aos desafios do controle da Bronquite Infecciosa (BI) em planteis avícolas brasileiros é a freqüência de diagnósticos moleculares evidenciando a presença de cepas variantes no campo. Esta enfermidade causa sérios prejuízos à indústria avícola e frequentemente é diagnosticada na sua forma isolada ou associada a outros patógenos, em problemas respiratórios e metabólicos que acometem as aves.

Em algumas regiões, aparentemente a vacinação convencional já não apresenta resultados satisfatórios, e diante das evidências de prejuízos econômicos, os profissionais que atuam na industria avícola buscam alternativas que possam ampliar a proteção das aves contra as cepas variantes de BI.  Até o aparecimento de novas vacinas que favoreçam o aumento do espectro de ação contra as cepas variantes, cabe ao avicultor zelar pela melhoria nas medidas de biosseguridade das granjas e vigilância sistemática das boas praticas de vacinação. 

Em poedeiras comerciais, percebeu-se um avanço no controle da BI após a introdução de processos de vacinações mais controlados com uso de água destilada e equipamentos mais adequados à atividade. O conceito de Tamanho de Gota Controlada (TGC), por exemplo, revolucionou a tradicional vacinação spray, por meio do uso de equipamentos de alta precisão que produzem gotículas com tamanho otimizado para a vacinação das aves.

Já a melhoria sistemática do processo de vacinação das matrizes durante a produção ainda é um desafio a ser vencido. Isso porque a vacinação via água de bebida é frequentemente realizada em condições adversas à viabilidade do vírus vacinal e a vacinação spray impraticável devido a presença dos ninhos, equipamentos e o próprio comportamento das aves durante o ciclo de produção. Uma alternativa de controle para aves de alto valor agregado é a utilização de 2 vacinas inativadas no período da recria das aves (12 e 18 semanas de idade).

Por outro lado, salvo algumas regiões de maior desafio a enfermidade, a BI está sob controle nas empresas de frangos de corte. A vacinação é frequentemente administrada em ambiente controlado em única dose no incubatório, e sempre supervisionada pela equipe responsável. Vale ressaltar ainda a melhoria significativa na qualidade da vacinação dos frangos de corte, por meio do uso de vacinadoras com bico de aspersão em forma de leque com maiores volumes de ml por caixa de pintos vacinados (18 a 21 ml). 

No âmbito das soluções preventivas, a Massachusetts H-120 é a única cepa vacinal viva autorizada pelas autoridades brasileiras para a prevenção da enfermidade. Face aos isolados de campo de BI e a temática das cepas variantes, se faz necessário avaliar a melhor alternativas de isolados de campo brasileiros ou vacinas comerciais já utilizadas em outros paises que  possam promover a proteção adequada das aves contra os desafios de campo.

* Jeovane Pereira é médico veterinário e gerente de produtos e serviços técnicos de avicultura da Merial Saúde Animal. A empresa possui produtos de combate à doença.