Redação (09/11/2007)- O suíno “light” já é uma realidade no Estado do Rio. Um trabalho desenvolvido pela Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro) em Cordeiro, na Região Serrana, contabiliza a produção de mais de quatro mil animais com essa característica, desde o início do projeto desenvolvido em parceria com a prefeitura local, há cerca de quatro anos.
A partir da aquisição de quatro porcos reprodutores MS 60, resultante da mistura genética das raças Large White, Duroc e PietraIn, desenvolvida pela Embrapa Suínos e Aves, em Santa Catarina, o Centro de Treinamento da Emater de Cordeiro passou a disponibilizar esses animais para cruzamentos com suínos do plantel caipira da região, com o objetivo de melhorar geneticamente esse rebanho.
De acordo com o Ozemy Cavalcanti Pereira, responsável pelo Centro de Treinamento em Cordeiro, o projeto que, inicialmente tinha o objetivo de atender aos produtores do município, ganhou destaque e hoje é procurado por criadores de toda a região.
– Futuramente atenderemos os produtores de todo o estado. O material genético é de primeira, e hoje somos o único município a desenvolver essa linhagem de porcos no território fluminense, garante Pereira, ao ressaltar que já foram realizadas cerca de 400 coberturas no sistema de monta natural.
A cobertura é oferecida gratuitamente, bastando que o produtor leve até o Centro de Treinamento as fêmeas no cio para o cruzamento. Uma alternativa que vem sendo estudada é a coleta de sêmen e a inseminação artificial.
De acordo com o técnico, o porco da linhagem MS 60 nasce livre do gene halotano, o que aumenta sua capacidade de transformar alimento em carne, com menor produção de gordura. Outra vantagem é o tempo de engorda. Enquanto um porco caipira leva cerca de 150 dias para atingir o ponto de abate, os porcos “lights” alcançam 90 kg em cerca de 110 dias. Além disso, este animal apresenta pernil, paleta e lombo bem conformados, com grande concentração de carne nos cortes nobres.
Se nas taxas de gordura os valores do porco “light” são mais baixos, na rentabilidade com a venda de sua carne os números são maiores. Os porcos caipiras são menores e quando abatidos o rendimento da carcaça é inferior e o produtor acaba ganhando menos com a carne. Os suínos MS 60 possuem alto rendimento de carcaça.
Para o presidente da Emater, Hélio Cabral, esse trabalho representa o real papel da extensão rural, que é levar até os produtores tecnologias para que possam produzir melhor e obter maiores rendimentos com a sua atividade.
– Sem esse apoio, dificilmente o produtor familiar conseguiria ter em sua propriedade suínos melhorados geneticamente e com maior rentabilidade para a sua atividade – conclui ele.