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Criação brasileira de minipigs traz grandes vantagens para pesquisa científica

<p>Pode não parecer, mas o animal é anatomicamente um dos animais mais parecidos com o ser humano.</p>

Redação SI (27/09/06)- Em função dessa grande semelhança, o animal é um dos mais indicados para a pesquisa médico-científica, sendo que hoje já se realiza transplante de válvula cardíaca morta do porco para o homem. Mas o uso dos porquinhos em testes traz um indesejado efeito colateral: a dificuldade de mantê-los. Como alimentar e deixar em laboratório um bicho que pode chegar a pesar de 300 a 400 quilos em um ano? Considerando-se que em testes pré-clínicos são usados em média de 10 a 15 animais, este pode ser de fato um grande entrave. Para contorná-lo, o pesquisador e professor aposentado Mário Mariano, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, vem desenvolvendo uma colônia de minipigs, pequenos porcos que, mesmo em idade adulta, pesam em média 40 quilos e têm o tamanho de um leitão.

O minipig é resultado de cruzamentos induzidos entre porcos de pequeno porte. Foi idealizado e desenvolvido como instrumento da pesquisa científica há já algum tempo (na década de 1960 na Universidade de Minessota / Estados Unidos), mas o alto preço deste investimento impedia a difusão de seu uso na pesquisa de universidades e hospitais. Cada um custa entre US$ 800 e 1400. Mesmo no hemisfério norte, só os laboratórios mais ricos usam o minipig, conta Mariano. Utilizá-los por aqui seria ainda mais complicado, dado as despesas adicionais com transporte e taxa de importação. Com o desenvolvimento de uma colônia nacional de porquinhos, a primeira da América Latina, o preço baixou para R$ 800 e é boa oferta até para quem pesquisa fora do Brasil. A colônia de minipigs tem vantagens muito grandes para a pesquisa cientifica. Não só traz possibilidade de fazer exames pré-clínicos e de testar princípios ativos, como abre possibilidades para o mercado internacional fazer mais testes, avalia o professor, que já recebeu propostas de exportação.