O novo presidente da Embrapa, Mauricio Antônio Lopes, não apresentou as razões para a extinção do braço internacional da estatal, decidida pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, no início do mês. “Houve um equívoco ou uma avaliação um pouco incorreta sobre o modelo mais adequado para operar no exterior”, disse, em sua primeira entrevista no cargo.
As razões da extinção, segundo ele, serão apontadas “futuramente, após a sindicância que está em processo”.
A decisão, porém, “não foi um retrocesso”, na visão de Lopes, e nem atingiu a imagem da estatal no exterior. “A orientação do ministro Mendes Ribeiro é intensificar e aumentar a presença da Embrapa no exterior”, disse. “O que está extinto é o modelo Embrapa Internacional”.
A mudança, segundo ele, levará a coordenação da atuação internacional a ser feita a partir do Brasil. “Estamos em plena atuação no exterior. Os programas de cooperação seguem iguais”, disse.
Lopes citou as parcerias com instituições no exterior como instrumentos essenciais para “ter acesso a tecnologia e conhecimento”, os chamados laboratórios no exterior (Labex). Atualmente, a Embrapa tem convênios de intercâmbio de pesquisadores com Estados Unidos, França, Alemanha, Países Baixos, Reino Unido e Coreia. Na Ásia, a Embrapa iniciará a operação com China e Japão ainda neste ano.
O novo presidente disse, porém, que não há planos imediatos para a expansão do Labex. “Alcançamos a última fronteira do Labex”, completou, em referência ao continente asiático.
Lopes também citou como exemplo da atuação internacional da empresa os projetos de cooperação técnica com países da América Latina e África, nos quais técnicos da Embrapa levam tecnologias desenvolvidas pela empresa. “Vamos procurar sempre novos mecanismos que nos ajude a aumentar a eficiência da nossa atuação no exterior”.