Há 13 anos a Embrapa Soja leva para dentro da instituição agrônomos e outros profissionais que atendem diretamente o agricultor. Este contato mais próximo tem se mostrado eficiente e ágil para que as tecnologias cheguem mais rápido aos produtores.
Pontos isolados onde a soja morre no meio de uma lavoura saudável ainda não tem causa esclarecida. O fenômeno, chamado de soja louca dois, apareceu no Centro-Oeste e no Sul e já provoca prejuízos em outras culturas, no norte do país. O aumento da população de ácaros é uma possível causa para o problema.
“Deve estar havendo algum desequilíbrio para levar a essa população. Talvez um aumento ou então alguma outra forma de interação destes ácaros com algum outro patógeno ou alguma outra situação nas lavouras que está desencadeando essa desordem fisiológica na soja. No Pará, estamos observando também que têm aparecido sintomas bastante semelhantes no feijão caupi. Então é uma outra cultura de expressão econômica e que, aparentemente, os problemas estão interligados”, explica o pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer.
Outra preocupação é como fazer a dessecação e manter a planta eficiente. O pesquisador Fernando Adegas lembra que a falta de chuvas invalidou todo o planejamento tradicional para a soja e, agora, é preciso atenção:
“O ideal seria que os produtores pudessem esperar, pelo menos, as próximas chuvas porque essas plantas que estavam nas lavouras estressadas vão se recuperar, vão se desenvolver e estão mais aptas a serem mais sensíveis para os produtores poderem controlar. Outra coisa é que, quando começou a chover, nós tínhamos muito pouca planta emergida, porque foi um período de seca muito grande. Nós vamos ter muita planta nascendo nas áreas. Então, se a gente conseguir atrasar um pouco a dessecação, nós vamos pegar em desenvolvimento normal e pegar esse novo fluxo de emergência. Esse seria o ideal”.
O projeto tem uma dupla função: os pesquisadores formam multiplicadores de informação e, ao mesmo tempo, recebem um diagnóstico mais fiel do que acontece no campo, com os técnicos e engenheiros agrônomos de cooperativas e da extensão rural que estão diretamente ligados ao produtor.
Alguns profissionais participam da reciclagem oferecida pela Embrapa desde o princípio, em 1997. Para o gerente da cooperativa no oeste do Paraná, José Carlos Braciforte, a atualização colabora para o aperfeiçoamento de toda a cadeia produtiva.
“É muito importante este elo de ligação dos pesquisadores, que geram a pesquisa, e nós, que vamos levar estas informações ao quadro técnico, que levará para os produtores para eles aplicarem estas tecnologias”, afirma Braciforte.