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Embrapa Suínos e Aves aprova projeto de desenvolvimento da suinocultura na Etiópia

Projeto está divido em quatro etapas: a caracterização dos sistemas de produção em 60 granjas etíopes.

Embrapa Suínos e Aves aprova projeto de desenvolvimento da suinocultura na Etiópia

A Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai levar a pesquisa brasileira para a África, a mais de 10 mil quilômetros de distância de Concórdia (SC), a partir de janeiro de 2013. Com a aprovação do projeto “Melhoria na suinocultura da Etiópia por meio da caracterização genética e sócio-econômica e do desenvolvimento de um sistema de produção” no edital internacional Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace, pesquisadores e analistas da Unidade vão atuar na Etiópia.

O projeto está divido em quatro etapas: a caracterização dos sistemas de produção em 60 granjas etíopes; a análise do sistema de produção mais adequado às características do país; a definição de um manual de boas práticas para a produção de suínos; e a caracterização genética dos rebanhos etíopes, onde se indicará quais as raças mais adequadas.

“Ainda vamos ter a oportunidade de levar sugestões de medidas de biosseguridade na tentativa de amenizar os problemas com a peste suína africana, uma doença com graves implicações e que ataca os rebanhos na Etiópia, mas que não existe no Brasil”, diz o pesquisador líder do projeto, Gustavo Lima, que já tem experiência em solo africano. Lima participou de um trabalho semelhante ao projeto aprovado em Guiné-Bissau, em 2006. Também fazem parte do projeto os pesquisadores Marcelo Miele, Raquel Rech, Elsio Figueiredo, Janice Zanella e Osmar Dalla Costa e o analista Cassio Wilbert, além da equipe do Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR) liderada pelo pesquisador Mammo Mengesha.

O início do projeto está marcado para os primeiros meses de 2013, quando Mengesha visitará a Embrapa Suínos e Aves para auxiliar na elaboração do questionário que será aplicado nas granjas daquele país. “As informações vão do tamanho das propriedades à produtividade. Precisamos caracterizar as granjas com precisão nas mais diferentes localidades que visitarmos”, diz Lima. Ainda no primeiro semestre do ano que vem, os questionários serão aplicados, com a ajuda de veterinários etíopes capacitados pelo pesquisador líder do projeto. Os trabalhos serão acompanhados, então, a partir de agosto, com a presença do pesquisador Marcelo Miele na Etiópia.

Na terceira fase do projeto, já em janeiro de 2014, a pesquisadora Raquel Rech também vai estar no país para um curso de capacitação de veterinários africanos em técnicas de diagnóstico. Finalmente, no segundo semestre de 2014, vai ser feita a avaliação que definirá o sistema de produção de suínos mais indicado para a Etiópia e que resultará, ainda, no manual de boas práticas de produção. “É um projeto de dois anos que representa uma ótima oportunidade para abrir nosso mercado de pesquisa”, continua Lima, que acredita no desenvolvimento da suinocultura etíope e não em concorrência de produção entre o país africano e o Brasil. “O projeto não estimula concorrência, ainda mais pela gigantesca diferença entre a produção de suínos nos dois países. Precisamos é investir no intercâmbio, criando uma interdependência entre todos os envolvidos”, diz o pesquisador. De fato, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) estimava uma população de 29.000 suínos na Etiópia em 2010, o que representava apenas 0,074% do rebanho brasileiro na época.

Fórum – Entre os dias 1º e 3 de agosto, acontece na Embrapa Estudos e Capacitação em Brasília o “Fórum África-Brasil-América Latina e Caribe da Plataforma de Inovação Agropecuária”. O fórum vai ser uma oportunidade para capacitar os participantes, trocar conhecimentos e discutir ideias, planejar ações futuras e promover contatos e diálogo entre as instituições implementadoras e as que apoiam o programa.

A Plataforma África-Brasil – Instalada pela Embrapa e pelo Fórum para Pesquisa Agropecuária na África (Fara) em maio de 2010, a Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária (www.africa-brazil.org) incentiva instituições africanas de pesquisa e desenvolvimento, sejam elas públicas ou privadas, a criar projetos direcionados ao desenvolvimento da agricultura naquele continente.

Os projetos seguem a ideia básica de contribuir para o combate à pobreza, com foco na melhoria da produtividade agrícola e do manejo dos recursos naturais. A plataforma é coordenada pela Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa e faz parte dos esforços da Empresa para internacionalização de suas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Além da Embrapa e do Fórum para Pesquisa Agropecuária na África, a plataforma tem a parceria da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID), Fundação Bill & Melinda Gates, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad), Banco Mundial, e organizações de pesquisa e desenvolvimento africanas.

Etiópia – A República Federal Democrática da Etiópia fica na região nordeste do continente africano. O país é considerado uma das áreas mais antigas de ocupação humana (a espécie Homo sapiens teria surgido no atual território etíope). A capital do país é Adis-Abeba, a língua oficial o amárico e a moeda o birr. É o 14º país mais populoso e o 27º em área. A Etiópia é a 89ª economia do mundo e tem a quinta pior renda per capita, de apenas 325 dólares anuais, além de ocupar o 172º lugar no IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano segundo informações do IBGE (www.ibge.gov.br/paisesat).