Redação SI (07/08/06)- Uma empresa criada por pesquisadores da Universidade Estadual de Iowa pretende convencer os produtores de suínos a usar tecnologia de ultra-som para identificar os animais que produzirão a carne mais suculenta e saborosa. A Biotronics Inc., criada em 1998, recebeu uma dotação de verba do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para estudar o uso de ultra-som em porcos. A dotação é de US$ 80.000 para a primeira fase do projeto. Uma segunda fase, se contemplada, poderá receber US$ 350.000.
O presidente da Biotronics, Doyle Wilson, disse que o ultra-som pode identificar a característica genética para a produção da carne de melhor qualidade ao colocar mais gordura na carne. Segundo ele, os suínos atuais são mais magros, com menos marmorização, ou gordura intramuscular, e por isso a carne é mais seca e menos saborosa. “Nossa idéia é usar a tecnologia para melhorar o gosto e a satisfação alimentar da carne de porco”, diz Wilson.
A vice-presidente assistente de marketing para o consumidor da Comissão Nacional da Carne de Porco, Ceci Snyder, diz que a indústria da suinocultura debate-se com a questão de quanta gordura um porco deve ter. “Alguns chefs preferem mais marmorização”, disse Snyder, “mas os consumidores compram com os olhos, e ficam de olho no tanto de gordura que há na carne. As pessoas querem comida saudável”.
A Biotronics espera que seu sistema de ultra-som permita avaliar a qualidade da carne dos suínos abatidos, disse Wilson. A tecnologia é adaptada da usada para mostrar às mães o feto ainda no útero. Ao detectar quais suínos têm mais marmorização na virilha, os suinocultores podem selecionar animais parecidos para reprodução e estimular uma “engorda” da raça. “Você precisa localizar a característica e cultivá-la”, diz Wilson.