A petrolífera Chevron Corp. está alistando o sol para ajudá-la a extrair de um antigo campo petrolífero restos de petróleo grossos como lama.
Historicamente, petrolíferas têm usado gás natural para obter a energia necessária para criar vapor que amoleça sedimentos de petróleo para extração, mas em Coalinga, no Estado da Califórnia, uma área explorada desde 1887 e onde os sedimentos de óleo bruto estão praticamente sólidos em temperatura ambiente, a energia utilizada vem agora de uma vasta área de painéis solares.
Essa combinação de uma tecnologia de energia dita “limpa” com uma das formas mais poluentes de extração de petróleo diz bastante sobre o estado atual da indústria global de energia.
Empresas de energia solar, geralmente voltadas à geração de eletricidade, estão procurando se diversificar para competirem num mercado apertado.
A Chevron e sua parceira BrightSource Energy Inc, começaram em agosto a produzir vapor originado da luz do sol que inunda o Vale de San Joaquin, a maior instalação do gênero no mundo.
A Chevron tem divulgado a exótica combinação como um modelo que vai ajudar as empresas que exploram petróleo a economizar e as empresas de energia solar a lucrar, sem necessidade de subsídios governamentais e ainda por cima minimizando a emissão de carbono na atmosfera.
Mas o projeto em Coalinga é ainda uma experiência para ver se o modelo pode ser implementado em larga escala. Até agora, os resultados têm sido mistos.
A Chevron já gastou pouco mais do que os US$ 28 milhões de seu contrato, mas a BrightSource já perdeu pelo menos US$ 40 millhões no projeto e já revelou que vai perder bem mais.
As empresas, que podem ainda se beneficiar de um crédito do governo pelo uso de energia solar, não quiseram revelar exatamente quanto gastaram até agora.
A energia solar em Coalinga é capturada por 7.000 espelhos instalados perto do sobe-e-desce de velhas bombas de petróleo. Os espelhos computadorizados, com 2 metros por 3 cada, acompanham o sol e refletem seus raios para uma torre de 90 metros, gerando vapor que é desviado para o campo de petróleo.
O custo desse sistema é mais alto no início, mas se os espelhos acompanham o sol de maneira adequada, no longo prazo o investimento pode superar o custo de usar um gerador movido a gás natural. A tecnologia não substitui o gás natural, mas o complementa.