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Escola de Franca desenvolve pele artificial a partir de tecido do porco

As peles poderão ser usadas ainda em testes dermatológicos realizados pela indústria de cosméticos, dispensando o uso de cobaias.

Escola de Franca desenvolve pele artificial a partir de tecido do porco

Uma pesquisa da Escola Técnica Estadual de Franca, em São Paulo, descobriu uma forma de desenvolver pele artificial a partir de porcos, que permitira reduzir os custos das atuais técnicas, informaram nesta segunda-feira os responsáveis pelo estudo.

Coordenada pela professora pós-graduada em Química pela Universidade de Havard, Joana D’Arc Félix de Souza, a pesquisa partiu da compatibilidade da pele suína com a pele humana para trabalhar na criação do tecido artificial a um custo quase 60 vezes menor que o praticado atualmente.

“Na literatura eu vi que a pele de porco tem 78% de compatibilidade com a pele humana, inclusive com casos de implantes de órgãos bem sucedidos”, comentou à Agência Efe a cientista. Segundo Joana D’Arc, “o único problema da pele era que havia uma chance de rejeição. Comecei então a estudar o que poderia causar esta rejeição e cheguei a determinadas proteínas e gorduras”.

Estas proteínas possuem, enquanto ativas, a função globular, sendo responsáveis pelo transporte de oxigênio. Devido ao abate, elas se decompõem dentro da pele do porco tornando-se incompatíveis com o tecido humano. Foram dois anos de trabalho, metade para encontrar uma maneira de purificar a pele do porco separando as proteínas não compatíveis.

“O grande segredo foi o desenvolvimento de uma substância química que realiza esta purificação e que já está em processo de patenteamento”, revelou Joana D’Arc.

Após registrada, a pele artificial promete revolucionar o setor de transplantes no País, hoje com 11 bancos de pele autorizados para atender todos os Estados, segundo dados do Ministério da Saúde. As peles poderão ser usadas ainda em testes dermatológicos realizados pela indústria de cosméticos, dispensando o uso de cobaias.

“É um projeto muito valioso. O que vem sendo realizado hoje em relação à pele são enxertos, fazendo com que a pessoa fique defeituosa em dois lugares. Muitos não usam uma bermuda ou um shorts por causa desses defeitos e esse projeto vem ajudar na autoestima destas pessoas”, afirmou a pesquisadora.