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Especialistas discutem impactos da evolução tecnológica no agronegócio

<p>Assunto foi uma das pautas de evento promovido pela Conab para debater a produção nacional de alimentos.</p>

Redação (07/08/2008) – O Brasil precisa se preparar para fazer parte de um cenário mundial cada vez mais exigente quanto à inclusão de elementos sociais e ambientais no modelo econômico de agricultura. A afirmação é do professor Altair Toledo Machado, PhD em genética e pesquisador da agrobiodiversidade da Embrapa. Ele é um dos especialistas que participaram, nesta quarta, dia 6, na sede da Conab, em Brasília, do encerramento do encontro sobre a produção nacional de alimentos.

Machado falou sobre as políticas da agrobiodiversidade, agroecologia e sustentabilidade a partir de um panorama histórico da agricultura no mundo, onde foram identificados pontos favoráveis e contrários à evolução tecnológica no agronegócio. As conseqüências do uso dos fertilizantes químicos e da engenharia genética, por exemplo, foram citados por ele como questões emblemáticas.

Segundo ele, no caso das Filipinas, grande país produtor de arroz, a modernização causou, de certa forma, perdas não apenas na biodiversidade do produto, mas também dos valores sociais e culturais.

– Além da redução nessa diversidade, houve também a contaminação da prática agrícola nos arrozais, com a introdução dos insumos químicos – explicou.

Outros exemplos são a Etiópia, Quênia e Tansânia, todos na África, produtores de sorgo, trigo e cevada.

– Atualmente, esses países estão sofrendo de estresse ambiental em conseqüência da contaminação química do solo. Isso acarreta a perda de variedade dos produtos – afirmou.

Já o pesquisador da Embrapa Elíbio Rech defendeu o uso dos transgênicos na agricultura. Ele enfatizou os resultados obtidos pelo Brasil nesta área e disse que as possibilidades da genética vão além da questão agrícola.

– Os estudos feitos até agora mostram que não há riscos para a saúde, em relação ao uso desta tecnologia – destacou.

Para ele, esse tipo de produto pode até contribuir para a expansão da agricultura familiar.

O coordenador da Fetraf-Sul, Altemir Antônio Tortelli, discordou da idéia.

– Não acreditamos que o caminho para a agricultura familiar seja os transgênicos. A base para o projeto de desenvolvimento sustentável do país passa pela pesquisa e pela assistência técnica voltadas à agroecologia – argumentou.